Foco

Foco.

Esse deveria ser um dos principais objetivos em nossas vidas.

O foco aumenta a produtividade, a objetividade e ainda pode ajudar a melhorar a concentração.


A sociedade moderna, que almeja tanto que as pessoas sejam multitarefas, parece ignorar o fato de que o nosso cérebro funciona melhor executando uma tarefa de cada vez. (Clique aqui para saber mais sobre o assunto).


Apenas uma. 

Não duas, nem três.

Apenas uma tarefa por vez.

 

mira-de-jogo-de-dardo

 

O resultado?

Produzimos muito menos do que nossa capacidade, pois ao tentarmos fazer duas ou três coisas ao mesmo tempo, não somos capazes de dar a devida atenção a todas as tarefas – e pelo menos uma delas poderá não sair a contento.

Além disso, a falta de foco prejudica a criatividade ou a resolução de problemas, pois como vou pensar em algo diferente ou ter alguma ideia, se minha mente é obrigada a alternar entre duas ou três atividades ininterruptamente?

Além das atividades externas, com muita frequência nossa própria mente nos atrapalha com um encadeamento sem fim de pensamentos.

Se o pensamento em questão estiver relacionado a alguma pendência (contas a pagar ou mensagens a enviar, por exemplo), convém anotar o lembrete mental em um papel, pois assim, o pensamento não mais ficará voltando à mente, tirando o foco da atividade executada no momento. Uma atitude simples, mas que funciona de forma muito eficaz.

Ainda em relação as interrupções mentais, já reparou que ao ler um livro, de repente, você está pensando ou divagando em assuntos que não possuem nenhuma relação com a leitura?


Às vezes a dispersão é boa, pois nos ajuda a ter novas ideias ou soluções.
O problema é que estamos dispersos demais!

Devido ao excesso de informações e de estímulos sensoriais, nossa mente parece não “desligar” nunca.

Quando foi a última vez que você fez uma refeição saboreando integralmente o alimento, sem pensar em absolutamente nada além de apreciar os diversos sabores e nuances do prato escolhido?


Quando foi a última vez que você conseguiu conversar prestando total atenção na fala do seu interlocutor sem ter pensamentos paralelos ou interrompendo a sua fala?


Além do foco ser importante para o aumento da produtividade, é muito útil também para a satisfação pessoal, para que ao final do dia não nos sintamos frustrados por termos feito tantas coisas, mas sem estarmos realmente presentes a maior parte do tempo.


Se eu te perguntasse: hoje você fez algo que te deixou muito satisfeito, contente, com sensação de pertencimento e de estar realmente vivo?


Ou você vivenciou todas essas sensações, mas de forma branda?


O que você sentiu ao final do dia, em termos de satisfação pessoal assemelha-se mais a uma imagem muito colorida, alegre, viva…

 

vários-lapis-formando-um-circulo-imagem-em-cores

 

… ou a uma imagem em preto e branco?

vários-lapis-formando-um-circulo-imagem-preto-e-branco

 

Qual seria a sua resposta?

Conclusão

É necessário foco para sermos mais produtivos, mais objetivos, menos dispersos, mais satisfeitos, mas principalmente para que nossa vida não seja como uma tela pintada por nós mesmos apenas em preto e branco.

Créditos das imagens: Pixabay

 

10 thoughts on “Foco”

  1. Acho que as pessoas tem que tomar cuidado com alguns discursos motivacionais, e vejam que não estou generalizando, há coisas boa, mas há coisas fantasiosas.

    No mercado de trabalho isso é muito comum, palestras, incentivos morais etc, para que as pessoas produzam mais e reclamem menos.
    Isso aliado ao ego de parte das pessoas vai criando uma série de workaholics que vêem o ócio como algo abominável.

    As pessoas vão ficando com vergonha de admitir erros, de admitir consaço, admitir desistências ou mudanças de opinião. Pois em tese isso é para perdedores.
    O discurso é que ser multitarefa, automotivado, determinado, praticamente incansável é que é o ideal. De preferência fazendo mais por menos.
    No fim das contas as pessoas focam muito em tarefas profissionais e nada no resto. Ou na ânsia de ser multitarefa não conseguem de fato se aprofundar em nada.
    Todo mundo em maior ou menor grau tem que ter um tempo vago, até mesmo pra sair um pouco do automático e tentar descobrir novas possibilidades ou investir em possíveis mudanças sejam elas quais forem.

    Reply
  2. Excelente texto, Rosana!

    Na área dos investimentos, escrevi já em uma postagem que essa falta de foco é o que mais vejo nas pessoas que me pedem ajuda: não conseguem focar em uma tarefa de cada vez por mais simples que seja, como primeiro construir sua reserva financeira antes de pensar em ações, opções ou bitcoins rsrs.

    E essa falta de foco a médio prazo acaba por ser uma consequência da falta de foco no dia a dia, como você escreveu. As atividades são muito mais produtivas e prazerosas quando damos a devida atenção a elas. Muito melhor do que isso, nos dão essa sensação de pertencimento que você comenta na sua postagem.

    Não sei se já sugeri a você o livro "Como domar um elefante". Tenho certeza que você gostará muito dele.

    Abraço!

    Reply
  3. André,

    Bom saber que gostou do meu post. 🙂

    Infelizmente a falta de foco nos investimentos é muito forte na cultura brasileira, pois muitos não conseguem poupar sequer 10, 20 reais por mês. Ganhar pouco é um problema, mas vejo que problema maior é não saber administrar de forma sábia o pouco que se ganha.

    O quadro piora em relação aos investimentos, pois não adianta tentar pular etapas como muitos tentam fazer. Precisamos de conhecimento, mas o aprendizado para tomarmos as melhores decisões de acordo com nosso perfil de investidor vem somente com o tempo. Entre erros e acertos, vamos aprendendo, mas antes disso, a reserva e algum planejamento financeiro existiram.

    Como você citou bitcoins, li reportagens de pessoas que tiraram o recurso que possuíam na poupança para investir. Se foi um bom negócio? Para quem tirou antes das quedas desse ano sim, mas quem não fez isso, acabou se machucando bastante. Só o futuro dirá se haverá alguma recuperação, até por que está havendo um certo desequilíbrio entre oferta e demanda devido ao início do desinteresse pela moeda.

    Agradeço pela dica do livro. Você já havia falado, mas acabei me esquecendo. Agora pesquisei na net algo sobre ele e realmente parece muito bom – 53 maneiras de acalmar a mente. Agora está na minha lista!

    Boa semana,

    Reply
  4. Anônimo,

    Gostei por ter falado sobre o mercado de trabalho, no qual as cobranças são cada vez maiores.

    Fico pensando na real eficácia das palestras motivacionais – muitas delas parecem mais como sementes plantadas em terra ruim: começam a crescer por um tempo, mas por não haver profundidade, acabam morrendo. Para uma minoria talvez o efeito seja mais prolongado.

    "As pessoas vão ficando com vergonha de admitir erros, de admitir cansaço, admitir desistências ou mudanças de opinião. Pois em tese isso é para perdedores."
    Isso mostra o quanto estamos atrasados no desenvolvimento pessoal e corporativo. Somos seres humanos falhos, não somos perfeitos.

    As pessoas querem fazer algo, não suportam o ócio e o silêncio, precisam estar conectadas, conversando, enfim, sempre fazendo alguma coisa – produtiva ou não – para não estarem em contato consigo mesmas, para não pensarem em seus erros e na brevidade da existência. Até quando a humanidade se comportará dessa forma?

    "O discurso é que ser multitarefa, automotivado, determinado, praticamente incansável é que é o ideal."
    Infelizmente isso tudo virou sinônimo de sucesso. O problema é que não passa de ficção – uma ficção cruel e silenciosamente implantada na sociedade.

    "No fim das contas as pessoas focam muito em tarefas profissionais e nada no resto. Ou na ânsia de ser multitarefa não conseguem de fato se aprofundar em nada."
    Por isso vemos olhares cada vez mais vagos e tristes, quando as máscaras da felicidade, da motivação, do sucesso material não estão sendo utilizadas.

    Sua última frase ficou perfeita!

    Boa semana,

    Reply

Leave a Comment