São tantas informações que disputam a atenção, que ser seletivo não é apenas uma opção, mas tornou-se uma questão de sobrevivência e de eficiência.
Você já parou para pensar que cada informação extra que não é importante para você concorre com as informações que são realmente relevantes para a sua vida?
A época das enciclopédias
Se você é um pouco mais velho, é bem provável que algum dia precisou pesquisar algo em uma enciclopédia.
E por mais curioso que você fosse, não creio que tenha lido muitas páginas que não tivessem relação com a sua pesquisa.
Você saía da biblioteca com algumas poucas informações a mais na mente. E então voltava aos seus afazeres habituais.
Nos livros não haviam luzes piscando para chamar a sua atenção para o que não te interessava.
O seu “hd mental” estava sendo preenchido aos poucos e você tinha outras coisas a fazer além de buscar informações e conhecimento.
E isso era o suficiente. Ou pelo menos, o necessário para passar de ano.
A época do excesso de informações
Você conhece muito pouco diante da imensidão do conhecimento disponível. Todos nós somos assim.
E muitas vezes, um tipo de conhecimento que não te interessa acaba chamando a sua atenção simplesmente por você perceber que aquela informação não faz parte dos seus arquivos mentais.
E esse “gap” de conhecimento, ou seja, essa lacuna de conhecimento chama tanto a sua atenção, que você quer vê-la preenchida.
A curiosidade e o “gap” te levam a conhecer mais sobre algo que não é importante para você.
E enquanto isso, o que é importante vai ficando para depois…
O mais triste e preocupante é que você não percebe na hora. Mas geralmente se dá conta quando pensa: “Como é que consegui gastar tanto tempo com isso?”
Vem aquele peso na consciência.
E você acredita que será seletivo e mais crítico da próxima vez.
Mas o fato é que você não consegue, pois tudo é muito sutil.
E para complicar ainda mais, tudo é facilmente encontrado na tela que você tem em mãos.
Tudo em excesso faz mal
Vivemos em uma época de exaustão mental e emocional que resultam em mais ansiedade, depressão, estresse e impaciência.
O excesso ao qual somos expostos diariamente seria como uma corrida de 50 quilômetros.
A questão é que cada um de nós está preparado para correr uma corrida de 10 quilômetros. É óbvio que vai faltar fôlego para correr os outros 40 quilômetros.
A impressão que dá é que todos estão vendo que todos estão cansados e sem fôlego, mas todos continuam, pois ninguém quer ficar para trás. Releia com calma essa frase. Você reconhece essa situação em sua vida?
Exaustos, alguns desistem.
Exaustos, a maioria continua, mesmo agora sabendo que o excesso de informações e conhecimento é totalmente irrelevante de maneira pessoal.
Ninguém quer ficar para trás.
E no final das contas, com raras exceções, todos nós estamos descendo ladeira abaixo. Mas não percebemos.
A onipresença das mídias sociais
Não é só mais um vídeo, mais uma figurinha, mais um texto.
É uma parte do seu hd mental que está sendo preenchida.
É mais uma parte do seu precioso tempo que está sendo utilizado. E esse tempo não volta mais.
O que você está lendo ou vendo é importante para você?
Então, continue.
Mas se não for, por que continuar?
Você não precisa e nem deve ler e ver tudo ao que é exposto no dia a dia. Se tentar ver tudo, se sentirá frustrado ao perceber que não vai dar conta.
Ou se sentirá exausto e frustrado se conseguir ver tudo, pois perceberá que o tempo não foi gasto com coisas importantes para você.
Conteúdos semelhantes
Um cuidado adicional é com os conteúdos semelhantes, que “coincidentemente” aparecem.
Se o que você busca é a solução de um problema com eletrodomésticos, celulares, etc, os conteúdos semelhantes podem ser úteis.
Mas do contrário, a maior parte dessas “coincidências” nada mais são do que estratégias para que você gaste mais do seu precioso tempo assistindo vídeos que não são tão importantes para você.
Não estou dizendo que você deve ignorar totalmente os conteúdos relacionados, pois pode haver algo interessante para você. Mas coloque limites de quantidade e minutos para que o tempo que você passa online seja proveitoso.
Tenha como meta de vida que o seu tempo on line seja como uma navegação segura, planejada. E não como um naufrágio.
Cuidado com a superficialidade
Saber um pouco de tudo parece bom, porém, muitas vezes é o mesmo que saber muito de nada.
Você não pode passar a vida toda lendo apenas as letras grandes das manchetes dos jornais.
Você precisa se aprofundar em algumas delas, precisa se aprofundar em algum tipo de conhecimento que seja relevante para você – e não para os outros.
Todos os dias, de forma muito sutil, você é praticamente forçado a ter contato com uma enorme quantidade de informações. Mas apenas você pode decidir se alguma delas vale a pena para você.
E se nenhum tiver valor para você, não há problema.
Siga o caminho do conhecimento que você escolheu.
Seja seletivo
De maneira contínua, questione-se e filtre os conteúdos.
E não pense duas vezes em descartar os irrelevantes.
A curiosidade vai falar mais alto, mas não deixe ela dominar a situação, pois nesse caso, ela está te levando pelo perverso caminho da distração e das informações que não valem a pena para você.
Esteja no controle da informação e do conhecimento que você quer que preencha a sua mente. No mundo atual, essa é uma das facetas mais admiráveis da própria liberdade.
Créditos das imagens: Pixabay
Olá Rosana.
Ótimo texto.
Gratidão por compartilhar essa reflexão.
Agradeço por seu comentário e por sua visita.
Bom saber que gostou do meu post. 🙂
Abraços,
Um texto com muita informação verdadeira, e que nos leva a reflectir sobre tudo o que escreveu.
gostei bastante!
uma semaa boa com saúde.
deixo um beijo
🙂
Bom saber que meu post foi útil à você, Piedade Sol. 🙂
Boa semana!
Olá, querida amiga Rosana!
Ser seletivo em alguns casos é horrível, mas é útil em outros…
Você explicou bem a seleção em relação a quê.
Fujo de informação excessivas. Não perco meu tempo com tudo e nada concomitantemente.
Delimito meus objetivos e me dedico a eles.
Não sou Deus para estar ligada em tudo e acabaria por não ser de nada nem ninguém.
Post muito bom e conveniente num mundo de gente “sabida” do que bem interessa tanto a agregar valores verdadeiros, “intelectuais” sem ideais… e por aí vai.
Tenha uma primavera abençoada!
Beijinhos
Rosélia,
É por tudo o que disse, que a sociedade está cada vez mais superficial.
No final das contas, de que adianta saber um pouco de tudo e muito de quase nada?
Boa semana!
Boa tarde, Rosana
Texto excelente, é muito importante ser seletivo, gostei da sua colocação: “você não precisa e nem deve ler e ver tudo ao que é exposto no dia a dia,” é isso mesmo, devemos ter tempo de qualidade fora das redes sociais, obrigada pelas felicitações lá no blog, um forte abraço.
Lucinalva,
E um dia a gente vai agradecer por ter passado menos tempo nas redes sociais e mais realmente vivendo a vida deslumbrante que ocorre fora do mundo das telas.
Boa semana!
Reflexão extremamente necessária. É um processo que todos nós precisamos nos conscientizar da sua importância e ter disciplina para mantê-lo em atividade. Justamente porque os veículos atuais são experts para nos manter “presos” nos aplicativos e telas que nos inundam com tamanha corrente de informações diversas vezes irrelevantes para nossa vida.
Nesta quarta-feira, entrei de férias da empresa e minha meta para esse período é desacelerar completamente. Por “N” razões tive um ano atribulado, e minha mente vem bem desgastada. E um dos causadores é justamente esse excesso de informações, na qual ao nosso menor esforço podemos iniciar ou voltar ao fluxo ininterrupto de deslize de timelines, sem nem ao menos percebermos ou lembrarmos do que vimos há 15 minutos atrás.
Descobri seu blog por conta do Valores Reais, e dentre os textos que li este até o momento foi o que mais me pegou de jeito. Vem totalmente de encontro com meu momento pessoal. Obrigado por expôr com tamanha exatidão o cenário atual de milhões de pessoas. Parabéns pelas inspirações, aprecio muito uma leitura com boa profundidade.
Lucas,
“sem nem ao menos percebermos ou lembrarmos do que vimos há 15 minutos atrás.”
Muitas vezes eu penso a mesma coisa: como consigo ser assim muitas vezes?
Para as gerações anteriores ainda na era pré celular, isso seria considerado até absurdo. Mas hoje, não. E infelizmente, é visto como “normal”.
A falta de informação é grande e muitas pessoas, simplesmente não têm consciência de que isso não é normal. E assim, como procurar ser mais seletivo?
Uma pena você ter tido um ano tão atribulado e desgastante. Espero que nas férias e no próximo ano as coisas sejam melhores para você.
Nesses casos, parece que o excesso de informações e de visualizações das timelines acabam esgotando ainda mais uma mente já cansada. Quando estou assim, prefiro dar um tempo no celular. Parece que ficar vendo timelines ameniza no momento, mas piora a situação depois que saímos de lá.
Ainda sobre celular, muitas vezes me premio com zero celular. Ontem mesmo nem mexi nele. E hoje pretendo fazer o mesmo.
Parece até absurdo falar que é um prêmio ficar sem celular durante um ou dois dias inteiros. Mas para mim é libertador. A vida fica mais leve.
Que bom ter conhecido meu blog através do Valores Reais! 🙂
Agradeço muito por sua visita e pelo comentário. Fico feliz em saber que meu post foi útil à você.
Boa semana,