Desde que nascemos, fazemos parte de uma sociedade que invariavelmente possui qualidades, mas também possui muitos defeitos.
Dentro dessa sociedade, vivemos, em ambientes menores, que C. S. Lewis denomina como “bolsões sociais” no livro O problema do sofrimento, do qual alguns conceitos serviram de base e inspiração para esse post.
Dentro desse bolsão, fazemos parte de uma escola, de uma faculdade, de um bairro, de uma empresa.
Muitas vezes, nossos paradigmas e valores são testados, pois nos deparamos com atitudes que consideramos antiéticas, que possuem um tom de maldade premeditada e proposital.
Se inicialmente ficamos chocados, com o tempo começamos a nos acostumar com atos menores de maldade, como as pequenas corrupções que existem praticamente em todos os lugares. No caso do Brasil, há ainda o negativo “jeitinho brasileiro”, que geralmente passa longe da criatividade saudável.
Frequentamos alguns – ou muitos – lugares nos quais nos sentimos bem. E evitamos outros o máximo possível, pois nos sentimos desconfortáveis em mundos muito diferentes do nosso.
E assim, a vida vai passando.
Nos acostumamos. E nos conformamos…
Estamos tão imersos em nosso bolsão social, que nos acostumamos com a violência – desde que seja apenas no noticiário da televisão. E não com nossa família, é claro.
Nos acostumamos com serviços públicos ou pagos ruins, com o excesso de poluição, com o trânsito caótico, com o excessivo estresse diário, com a interminável corrida de ratos, com embalagens de produtos cada vez menores e preços cada vez maiores, com o trabalho unicamente visando o sustento e alguns confortos, etc.
Chegamos à conclusão de que a vida é assim mesmo e com certa resignação nos conformamos ao perceber que valores como ética, temperança, justiça, autocontrole e alegria são realmente importantes, mas que devido ao costume local ser tão forte e até impregnado na sociedade, tais valores até existem, porém apenas de forma parcial, como é razoável de se esperar em tal sociedade.
Quando nosso mundo fica maior
A resignação e o conformismo da maioria não são capazes de manter todos na mesma estrada, pois em todas as épocas sempre houve pessoas que se destacaram e fizeram uma grande diferença positiva em seu bolsão social ou até mesmo no mundo.
Atualmente, com a popularização da internet, há também uma outra classe de bolsões que não estavam presentes na época em que C. S. Lewis escreveu O problema do sofrimento: os bolsões digitais, nos quais pessoas com interesses semelhantes procuram o que precisam e compartilham ideias, sugestões e conteúdos como o que você está lendo agora.
Ao nos depararmos com opiniões diferentes, com bolsões diferentes, o nosso mundo torna-se diferente, muito maior do que foi um dia.
Somos capazes de ver que a corrupção em níveis elevados empobrece as nações, que a disciplina, o foco, a persistência e o preparo são essenciais para o sucesso.
Somos capazes de ver que o negativo “jeitinho brasileiro” não pode ser visto como algo aceitável, que a maioria dos atalhos simplesmente não funciona e que cada um de nós precisa ser responsável por suas próprias atitudes e por sua própria vida.
Somos capazes de ver que na sociedade de consumo, as comparações quase sempre têm o objetivo de inferiorizar as pessoas, fazendo-as confundirem desejos com necessidades e entrarem na corrida do consumo interminável, pois um ano após a compra, a maioria dos produtos já é considerado obsoleto por essa mesma sociedade.
Somos capazes de ver que a sorte como a conhecemos é uma ilusão, que comprar títulos de capitalização ou jogar na loteria na esperança de ficar rico, acabam reduzindo as chances de realmente conquistar algo na vida, pois quem está interessado em jogos de azar provavelmente não está tão interessado assim em preparar-se com excelência para reconhecer e aproveitar as oportunidades que aparecerem. Aliás, essa é a fórmula do sucesso: o encontro do preparo com a oportunidade.
Somos capazes de ver que não precisamos de tanto, como somos induzidos a crer, para conquistarmos uma vida agradável, alegre, saudável e que faça sentido.
Somos capazes de ver que o tempo e a saúde são os ativos maios valiosos que possuímos e que a vida por si mesma cobrará caro se os desperdiçarmos com coisas que não valem a pena.
A vida é feita de escolhas
Desde cedo aprendemos que a vida segue uma trajetória bem delineada, com apenas alguns pontos dissonantes.
Os bolsões sociais nos quais vivemos deixam claro desde sempre que a vida é assim mesmo, que todo mundo age de acordo com um certo padrão sutilmente delineado, que pequenos atos de corrupção e de maldade precisam ser aceitos, pois de acordo com o forte costume local, não podemos esperar que os valores e as virtudes sejam colocados em prática com elevado grau de excelência.
Tudo isso resulta em um grande conformismo e resignação por parte da maioria da população, que passa a vida na “corrida de ratos” até alcançar a tão esperada aposentadoria – que muitas vezes não é suficiente.
A vida vai passando e um dia, ao nos depararmos com outras sociedades, percebemos o quanto nosso mundo era pequeno, quantas possibilidades de crescimento e desenvolvimento pessoal existem realmente.
Todos nós temos dons, talentos, virtudes, habilidades e valores. Precisamos estar dispostos a procurá-los e a desenvolvê-los, pois são eles que determinarão nosso futuro: se seguiremos para o que esperamos da vida ou se estamos caminhando exatamente para o lado que queremos evitar.
Encerro com uma questão para você pensar: para qual dos dois lados você acredita estar indo? E se pensar de forma um pouco mais profunda e imparcial: para qual dos dois lados realmente está caminhando?
Créditos das imagens: tigerlily e Oberholster Venita – Pixabay
Excelente reflexão, Rosana! Boa a ideia desses bolsões que vivemos e que podem prejudicar nossa visão de mundo. Precisamos, regularmente, parar mesmo para refletir como sugeriu ao final do post.
O site ficou bem legal, hein? Está gostando do WP?
Lembre-se de acertar o seu feed, pois os novos posts ainda não aparecem nos aplicativos de leitura como o Feedly ou o Inoreader.
E reforço que ainda possui muitos links seus quebrados aparecendo no meu blog. Se quiser, posso passá-los depois por email.
Abraço,
André,
Muitas vezes, nem imaginamos o quanto nossa própria visão e entendimento de mundo podem nos prejudicar. Por isso, apesar de ser algo geralmente incômodo, precisamos parar para refletir sobre o rumo que nossa vida está efetivamente tomando. E mudarmos o que estiver dentro de nosso raio de atuação.
Estou gostando do WP. Sem dúvida, é outro mundo.
Bom saber que gostou do meu novo site!
Agradeço pela informação sobre o Feedly. Pensei que migrasse automaticamente por ser o mesmo domínio. Vou arrumar.
Por gentileza, me envie sim os links quebrados por e-mail. Nos meus posts está acontecendo a mesma coisa. Alguns eu já consertei, mas vou priorizar os que enviar. Agradeço desde já.
Boa semana!
Excelentes reflexões, Rosana!
De fato, a Internet, como ferramenta, tem essa potencialidade: de ampliarmos nossa visão de mundo, e de conseguirmos ter um entendimento melhor da vida e das coisas ao nosso redor, fomentando a difusão do conhecimento.
Torço para que tudo dê certo na migração da plataforma!
Abraços!
Guilherme,
Bom saber que gostou do meu post!
Por tudo o que disse, precisamos selecionar muito bem o que vamos ver ou ler para que realmente alcancemos nossos objetivos e uma melhor compreensão da vida e do mundo que nos cerca.
Estou gostando muito do WP. Ainda faltam algumas adequações no blog, mas em breve eu termino tudo.
Boa semana!
Esse livro é ótimo e traz um super aprendizado!
Bjo e fk c Deus
Nana
http://procurandoamigosvirtuais.blogspot.com
Um super aprendizado mesmo, Nana! Daqueles que levamos por toda a vida.
Boa semana!