Quando a comparação é positiva

Ter uma pessoa como fontes de inspiração e motivação é muito importante, pois ao conhecer seus erros e acertos, é possível trilhar um caminho diferente no que deu errado e seguir uma linha parecida no que deu certo.

Na finasfera, creio que Warren Buffett seja essa pessoa para muitos ou para a maior parte dos investidores.


Temos muito a aprender com ele?


Sim!


Podemos nos comparar com ele?


Não!


Value investing e um estilo de vida mais simples são os temas que considero mais relevantes quando penso em Warren Buffett.

Quem conhece a sua trajetória ou já leu sua biografia, sabe que ele acertou muito, mas que também tomou muitas decisões que não foram bem-sucedidas, como a compra da empresa têxtil Berkshire Hataway – nome que ele usou em sua bem sucedida holding.

Acredito que podemos extrair ricas lições de seus erros e acertos, mas precisamos evitar comparações, pois em 99,99% das vezes elevamos as conquistas dos outros e diminuímos as nossas – o que só piora a situação.


Como diz o ditado, “a grama do vizinho é sempre mais verde”.

 

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Uma opção à comparação tradicional

No blog Ler e Poupar há uma resenha do livro 12 regras para a vida – um antídoto para o caos.

Uma das regras é a seguinte:

Compare a si mesmo com quem você foi ontem, não com quem outra pessoa é hoje.

Geralmente nos comparamos com alguém que já é bem sucedido, mas raramente pensamos no quanto a pessoa trabalhou para conquistar o que possui hoje.

Além disso, sempre imaginamos que as dificuldades, os erros, os “nãos” recebidos não devem ter sido tão sequenciais, prolongados ou intensos, ou seja, acreditamos que para os outros as coisas foram mais fáceis do que são para nós.

Mesmo se a comparação for com uma pessoa próxima, por não estarmos no mesmo projeto de vida, ainda assim passamos um verniz que ameniza os percalços, as dificuldades, as angústias e as dúvidas que só quem vive a situação consegue realmente dizer.


Por tudo isso, a comparação com outras pessoas não é boa: minimizamos o esforço alheio e maximizamos nossas dificuldades.


Mas e se você começar a se comparar com você mesmo?


Você não iria minimizar o seu próprio esforço, pois se algo deu muito trabalho e deu certo no final, é saudável que você guarde na memória as partes mais difíceis também, pois fazem parte da sua vida, da sua história.


Além disso, você hoje se tornou quem é também devido a essas experiências difíceis.


Não perca seu tempo tentando convencer as pessoas de quão difícil foi chegar ao patamar atual, pois temos a tendência de achar que a jornada dos outros é mais tranquila que a nossa.


Comparando você com você mesmo na prática

Pense em você há 10 anos.

Como era? O que fazia?


Agora pense no quanto foi capaz de aprender durante esse tempo.


Cursou uma faculdade?


Aprendeu a tocar um instrumento musical?


Começou a se interessar por finanças pessoais e a investir?


Começou a ler mais livros interessantes e úteis?


Se casou?


Optou por um estilo de vida mais saudável ou mais simples?


São tantas coisas que melhoraram nos últimos 10 anos de forma pessoal… Mas geralmente temos pouca consciência delas, exceto se pararmos um pouco para pensar no assunto como eu propus agora.


Vou usar como exemplo a área de finanças pessoais, já que muitos leitores do blog são na finasfera.


Você se lembra em quais produtos investia há 10 anos?


Fundos de investimentos de grandes bancos de varejo, que possuem altas taxas de administração? Ou títulos de capitalização?


Você se lembra de como conheceu a finasfera e o mercado de ações? E as opções de investimentos em renda fixa, bem diferentes das que são disponibilizadas pelos grandes bancos?


Você se lembra de sua primeira compra de ações ou de criptomoedas que resultou em prejuízo?


Se você não conhece a finasfera e as opções de produtos disponíveis ao pequeno investidor, espero que esse post tenha te deixado curioso ou interessado no assunto.


Se quiser, veja o que escrevi sobre Educação Financeira. São poucos posts, porém pretendo escrever mais sobre o tema. Além disso, veja a minha Blogosfera acima. Lá há muitos sites interessantes sobre esse assunto.


Após esse breve parênteses, você que já faz parte da finasfera, conseguiu perceber o quanto aprendeu nos últimos 10 anos?


Percebeu o quanto de tempo, recursos, disciplina e motivação foram necessários para que para que você chegasse aonde chegou?


Percebeu que apesar das dificuldades e das escolhas que deram errado, muitas de suas decisões foram acertadas?


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Conclusão

A comparação com outras pessoas mais atrapalha do que ajuda, pois somos seres únicos, com personalidades, manias, defeitos, qualidades, objetivos, valores e maneira de agir singulares. 

Em uma mesma situação, é bem provável que duas pessoas sigam por caminhos opostos exatamente como resultado dos fatores acima.


É comum acreditarmos que o caminho do outro é mais fácil do que o nosso. Mas será que é mesmo? As biografias nos ensinam muito sobre isso…


Aprenda com os outros. 


E quando necessitar de alguma comparação, pense em você mesmo no passado e no quanto cresceu até agora. Essa sim, é uma boa forma de motivação e de senso de realização.


Crédito das imagens: Davgood Kirshot e Nattanan Kanchanaprat – Pixabay


23 thoughts on “Quando a comparação é positiva”

  1. Comparações podem ser bastante maléficas.
    Exemplo: Até duas ou três gerações anteriores a nossa, as famílias, especialmente de classe média pra baixo costumavam ser bastante numerosas. Os casais tinha uma alta média de filhos, então eram muitos irmãos, primos etc.
    Esse era uma dos fatores que favorecia um dos piores tipos de comparações, as comparações entre parentes próximos, quando até mesmos os pais comparam o desenvolvimento intelectual, físico ou financeiro de seus filhos, fator geralmente alimentado por tios.
    Quem nunca ouviu ou presenciou:

    – Mas seu/sua irmão/irmã é tão extrovertido e você tão quieto(a).
    – Se viu o "Zé", enricou, já o "Tonhão" vive quebrado, devendo pra todo mundo nem parece que são irmãos.
    – Com 30 anos a Patrícia tinha um bom emprego, morava sozinha e tinha carro, já a irmã dela a Poliana tem 30 e não sabe o que fazer da vida. Como pode duas irmãs tão diferentes…
    – E aí "João", o Antônio seu irmão tem 25 anos já casou e tem filho e você que é mais velho que ele vive sozinho. Vai casar não?

    Esses tipos de situações são muito comuns e como citei creio que já foram mais quando as famílias eram maiores e os exemplos de "sucesso" e "fracasso" eram mais diversos. Citei isso porque o ambiente familiar principalmente quando sai do núcleo pai e mãe e as vezes até nesse núcleo pode ser considerávelmente prejudicial nesse ponto, pois alimenta comparações descabidas e sem sentido, constrangendo em alguns momentos até de forma grosseira as pessoas e pricipalmente na fase da infância e adolescência podendo gerar ou alimentar baixa auto-estima e insegurança que perduram por tempo indeterminado.

    Comparações de forma geral são injustas porque ignoram o que passa ou passou nos bastidores da vida de cada um e alinha persoalidades e estilos de vida diferentes e que também por isso não tem como serem comparados de maneira justa.
    Sei que é praticamente impossível viver sem passar pelas situações que citei acima e sei também que mesmo eu, ou qualquer outra pessoa também pode ser o autor de comparações sobre terceiros, mas que temos que ter bem senso, isso temos.
    E no caso de quem tem filhos, evitar alguns desses tipos de situação e orientá-los pricipalmente quando crianças e no início da adolescencia de modo que possíveis comparações e julagamentos de terceiros não os atinjam emocionalmente e que ele vivam consigo mesmo da melhor forma.

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  2. De fato, Rosana, essa regra do livro do Peterson é uma das melhores!

    É verdade que aprender com outras pessoas e com o passado faz com que evitemos os mesmos erros e partamos de um nível de conhecimento já elevado, potencializando o progresso pessoal. A própria sociedade evoluiu assim, com os ensinamentos de várias pessoas ao longo do tempo.

    Porém, quando usamos a comparação coo um convite à inação, ao credo da impossibilidade e a insucesso em virtudes de situações pessoais, ela pode ser nociva.

    Colocar todos os elementos que vc citou nessas relações é essencial para que as comparações sejam virtuosas para nosso sucesso.

    Abraço!

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  3. Oi Rosana, tudo bem? Eu tenho o costume de fazer isso que você escreveu, de comparar com a Yuka de antes. Mas o que eu faço muito, é quando vejo outras pessoas cometendo alguns erros ou comportamentos inadequados, absorvo aquela determinada situação para tentar aprender com o erro dos outros. Por exemplo, eu vi uma enxurrada de casais terminando o casamento antes do primeiro filho completar 3 anos. Eu sabia que ao ter a minha filha, o nosso casamento seria testado à prova, e por isso mesmo, já decidimos de comum acordo que teríamos a segunda filha assim que a primeira completasse 1 ano. Insano? Sim. Mas era para ter 2 filhos do mesmo pai e mãe, caso o casamento não desse certo. Quando a nossa segunda filha nasceu, começamos a focar no casamento, agora com o dobro de integrantes, mas que seria necessário esforço de ambas as partes para retomar nosso papel de marido e mulher, e não somente de pai e mãe. Foi um período turbulento, com muitas novidades acontecendo num período muito curto de tempo, mas ao ver casamentos maravilhosos terminando, fiz de tudo para evitar que acontecesse comigo também. 😀

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  4. Sou solteiro, mas isso que você comentou sobre casamento não deixa de ser algo desanimador.
    Na cidade onde moro de uns 5 anos pra cá aconteceram várias separações de casais com 15, 20 anos de casamento, filhos adolescentes ou adultos etc.
    É um tema complexo que nem vou comentar aqui pra não e alongar, mas espero que seu casamento esteja indo bem e que você e seu marido continuem investindo nele.

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  5. Anônimo,

    Infelizmente as situações que citou ainda são bem comuns, mesmo com tanta informação sobre o lado negativo e toda a destruição que isso pode causar na autoestima da criança, principalmente se ela for mais sensível ou introvertida.

    "…principalmente na fase da infância e adolescência podendo gerar ou alimentar baixa auto-estima e insegurança que perduram por tempo indeterminado."
    Muitas vezes isso perdura a vida inteira, pois reescrever e dar um novo significado à esse tipo de situação não é nada fácil.

    "Comparações de forma geral são injustas porque ignoram o que passa ou passou nos bastidores da vida de cada um e alinha personalidades e estilos de vida diferentes e que também por isso não tem como serem comparados de maneira justa."
    Se nem irmãos gêmeos têm a mesma personalidade, imagine irmãos que nasceram com alguns anos de diferença! Além disso, muitas vezes há um certo desrespeito pelas personalidades de forma individual, como nos exemplos que citou.
    Ninguém sabe o que o outro está pensando.
    Ninguém sabe como o outro está se sentindo ao ser desvalorizado.
    Quem faz isso, parece que não sabe o grande mal que está causando na vida da outra pessoa. Claro que tem gente que consegue superar esse tipo de coisa mais facilmente. Mas nem todos são assim.

    "E no caso de quem tem filhos, evitar alguns desses tipos de situação e orientá-los pricipalmente quando crianças e no início da adolescencia de modo que possíveis comparações e julagamentos de terceiros não os atinjam emocionalmente e que ele vivam consigo mesmo da melhor forma."
    Se a base construída na primeira infância foi boa, no sentido da criança se sentir amada e valorizada, a pessoa tem muito mais chance de sair relativamente bem de situações de comparações e julgamentos.

    Boa semana!

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  6. André,

    "Porém, quando usamos a comparação coo um convite à inação, ao credo da impossibilidade e a insucesso em virtudes de situações pessoais, ela pode ser nociva."
    Esse é o grande problema, pois muitas vezes não apenas a própria pessoa, mas outras a comparam de forma negativa. E se tais pensamentos não forem bloqueados, entra-se em uma espiral decadente de mais comparações negativas….

    Boa semana!

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  7. Yuka,

    O seu comentário ilustra muito bem o quanto podemos aprender com as situações indesejadas que os outros já passaram e que podemos evitar. Não achei insano, muito pelo contrário, foi um raciocínio bem interessante. Algo que fez muito sentido para vocês e que deu o resultado esperado, talvez até no fortalecimento do casamento.

    Boa semana!

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  8. Oi Rosana e anônimo, estamos muito felizes! Na verdade, não há um dia que nós não agradecemos por ter tido essa ideia de ter logo nossas duas meninas. O período do furacão já passou, com as crianças desfraldadas e já entendendo bem a rotina de casa, tudo vai se normalizando. O que acontece com muitos casais é que eles não entendem que esse período é só uma fase, e que tudo vai se normalizar. As pessoas já não têm mais paciência, ou não lembram dos momentos bons que passaram e resolvem terminar. Eu e meu marido conversávamos muito, nós sabíamos que era apenas uma fase. Uma fase em que nós sempre tínhamos o sono atrasado porque as meninas não dormiam direto, elas demandavam muita atenção dos pais, tinha dias que eu nem conseguia ter uma conversa com o marido simplesmente porque não dava tempo. Meu marido é o meu grande amor, meu porto seguro e a pessoa que mais acredita em mim. Ontem mesmo ele estava falando como se sentia sortudo por eu tê-lo escolhido para compartilhar a vida. Eu tenho esse mesmo sentimento em relação a ele. 😀 Boa semana para vocês!!!

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  9. Olá Rosana,

    Esta regra é excelente.
    Como é importante ter um olhar para o passado e lembrar daquilo que nos dá esperança de um presente e futuro melhores.
    Sou suspeito para falar do Jordan Peterson.
    Muito obrigado pela lembrança.

    Abraço.

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  10. Yuka,

    Comprometimento, dedicação e dar tempo ao que é necessário – parabéns por vocês cultivarem essas qualidades em seu casamento. Nem todos conseguem alcançar esse nível de maturidade. Parabéns à vocês!

    Agradeço por ter compartilhado essa parte de sua história com os leitores do meu blog. 🙂

    Boa semana!

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  11. Boa tarde de paz e saúde, querida amiga Rosana!
    Muito boas coisas você nos ressalta aqui.
    Gostei de pensar por aqui pela sua postagem.
    Realmente, estou bem melhor do que há dez anos. Nem pode imaginar quanto e nao me refiro à quantidade, à material dó. Sobretudo no quesito qualidade de vida, de transformação, estou sob todos os pontos de vista, cada vez melhor.
    Aprende-se com erros passados, eu não fico de fora da regra.
    Tenha dias abençoados e felizes com a proteção do vírus impiedoso!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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  12. Roselia,

    Gostei quando disse "sobretudo", pois apesar das conquistas materiais serem as que mais chamam a atenção, elas só foram possíveis devido ao crescimento pessoal, as novas lições aprendidas e aos hábitos e ideias desenvolvidos.

    Bom saber que gostou do meu post. 🙂

    Espero que logo esse vírus impiedoso saia de nossas vidas.

    Boa semana!

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  13. Gostei imenso do texto, Rosana!
    No entanto, confesso ser uma pessoa pouco dada a retrospectivas… muita coisa da nossa vida, muda fruto de circunstâncias, e nem sempre das nossas vontades, aptidões, objectivos…
    E penso, que às vezes, os erros… têm o seu lado de positivo… talvez sejam a conspiração do universo, necessária para cumprirmos algo, por caminhos alternativos… para aprendermos algo… ou para nos tornarmos pessoas melhores… Creio que todo o aspecto negativo… ainda nos dá ferramentas mais sustentáveis, do que o lado positivo da vida, que apenas alimenta o nosso ego… e uma visão inflamada e tantas vezes limitada de nós e dos outros…
    Vejamos o momento presente… que sendo bastante negativo, a nível mundial, do ponto de vista económico… está contudo a tornar-mos mais conscientes, solidários, responsáveis… pois das nossas atitudes, depende a nossa vida e a dos outros… e a fazer-nos repensar a nossa escala de valores… em várias vertentes!… Isto sem falar, do ponto de vista ambiental… em que tempo um mundo se recuperando a olhos vistos… buraco do ozono, qualidade do ar… e tudo isto, em apenas 2 meses de paragem ou abrandamento, da actividade humana…
    Por isso não sou muito adepta de comparações… nós e as nossas circunstâncias… estamos sempre a mudar… e nem tudo passa pela nossa esfera de acção… como os empresários de sucesso gostam de fazer crer… Pois há dois meses atrás… o mundo estava cheio de empresários de sucesso… veio um vírus… arrasou com uma boa parte da economia… quem falhou, onde, como, quando e porquê, para tudo ter dado tão errado?… As circunstâncias… são sempre aquela variável… que nem o mais capacitado, consegue prever… e que tornam qualquer comparação… impossível!… Do meu posto de vista, claro!… :-))
    Beijinhos
    Ana

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    • Aposente Cedo,

      Já reparou que sempre que nos comparamos, acabamos nos sentindo melhores ou piores do que a outra pessoa, mas nunca nos sentimos no mesmo nível?

      Bom saber que gostou do meu post. 🙂

      Abraços,

      Reply

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