Vivemos na sociedade da pressa. Parece até que estamos viciados em velocidade e em estímulos sensoriais – sempre cada vez mais intensos.
Quando foi a última vez que você viveu o momento presente de forma plena, sentindo o pulsar da vida em cada célula do seu ser?
Para mim, a maior parte desses momentos está relacionado à natureza: colher frutas, plantar uma semente ou uma pequena muda que em breve se transformará em uma árvore, ver a chuva cair, brincar com meus cães, admirar a imensidão do espaço, das auroras e crepúsculos…
Coisas simples, mas que fazem um bem enorme, que recarregam as energias e auxiliam na manutenção do controle necessário para vivermos ao menos minimamente equilibrados em sociedades tão desequilibradas.
Silenciosa e implacavelmente o tempo está passando.
A vida está passando. Uma vida finita – hoje estamos aqui, mas em um futuro não tão distante, não estaremos mais.
Minutos, horas, décadas – a velocidade com que o tempo passa chega a ser assustadora! Não faz tanto tempo éramos adolescentes. Daqui a pouco seremos idosos – isso se a nossa última expiração não chegar antes.
Apesar de termos consciência de todas essas coisas, parece que vivemos a maior parte do tempo como se estivéssemos elaborando um rascunho de nossa própria vida. O problema é que não teremos tempo hábil para passá-lo a limpo…
Por isso, hoje eu gostaria de deixar um poema para reflexão, que li no blog Viagem Lenta e também no livro “Trabalhe 4 horas por semana”, de Timothy Ferriss.. Se quiser, leia também a resenha que fiz deste livro.
Vale a pena ler o poema abaixo várias vezes.
Ler vagarosamente, pois como está escrito em uma das frases, “A vida não é uma corrida. Vá devagar.”
Precisamos viver.
Precisamos desacelerar.
Antes que seja tarde demais.
Dança lenta
David L. Weatherhead
Alguma vez você já viu crianças brincando de roda?
Ou ouviu o som da chuva batendo no chão?
Já seguiu o vôo errático de uma borboleta?
Ou olhou para o sol dando lugar à noite?
É melhor desacelerar; não dance tão rápido.
O tempo é curto e a música acaba.
Você passa batido por cada dia?
Quando você pergunta: como vai você?, ouve a resposta?
Quando acaba o dia, você se deita em sua cama
Com a próxima centena de tarefas percorrendo sua cabeça?
É melhor desacelerar; não dance tão rápido.
O tempo é curto e a música acaba.
Alguma vez disse a seu filho, pode ser amanhã?
E, na sua pressa, percebeu a tristeza em seu rosto?
Já perdeu contato e deixou morrer um amigo
Porque nunca teve tempo de ligar e dizer “oi”?
É melhor desacelerar; não dance tão rápido.
O tempo é curto e a música acaba.
Quando você corre para chegar a algum lugar
Perde metade da graça em chegar lá.
Quando se preocupa e atropela seu dia
É como um presente que vai pro lixo sem ser aberto.
A vida não é uma corrida. Vá devagar.
Ouça a música antes que ela acabe.
Fonte do poema: Viagem Lenta
Créditos das imagens: worradmu e Tanatat – Free Digital Photos
Gosto de poder levar uma vida simples. Dar valor a um passeio nem que seja pra cuidar as plantas do próprio pátio. Passar tempo em família, que é tudo. Concentrar-se no que realmente importa.
Perfeito Rosana! O presente é uma dádiva… uma pena que as pessoas não percebem que ele está aí aos seus pés…
Ah, obrigado pela citação do blog! O poema é realmente ótimo! Ele foi uma das inspirações para minha viagem.
E quanto ao template, progredindo? Vi que fez algumas mudanças! Lá no blog vou manter mesmo o Contempo, achei os outros piores, mas estou fazendo umas mudanças… Vou manter a barra lateral esquerda mesmo, que fica recolhida para telas menores. Acho que o visual fica mais limpo. Veja lá que seu blog já está na lista! 🙂
Abraço!
Rosana,
Como é bom desacelerar! E esse poema é muito bom hein…
E sobre a desaceleração, sempre falo para a sra Inglês parar de perguntar – Já é sexta-feira? Como diz o texto, ao pular os dias, os jogamos no lixo..
Abraço
Isso que você descreveu é fato.
Esse ano mesmo mal começou e já está indo pro final.
Essa sensação da velocidade do tempo ao meu ver vem de duas coisas:
Vivemos no automático: Acordamos, vamos trabalhar, voltamos pra casa ou faculdade etc e se foi o dia, resumidamente a rotina da maior parte das pessoas é essa.
Essa rotina faz com que não tenhamos muitas vezes a oportunidade de fazer outras coisas, conhecer outros lugares, outras pessoas etc. E quando vamos ver já estamos com 40, 50 anos ou mais…
Excesso de informações: Hoje somos bombardeados por informações o tempo todo, por rádio, TV, internert etc.
Dentro da internet ainda tem as redes sociais… Esse excesso de informações muitas vezes desnecessárias faz com que nos tornemos dispersos o que auxilia a nossa desconexão com o momento presente.
Olha, nunca tinha parado pra pensar nisso que vc mencionou sobre vivermos no automático e por isso ficarmos surpresos no final do ano pelo fato de o tempo ter passado. Isso faz todo sentido….
Ana,
Agradeço pela visita! Bom saber que gostou do meu post. 🙂
Boa semana,
conhecimentofinanceiro,
"Concentrar-se no que realmente importa."
Você disse tudo.
Precisamos ter muita sabedoria para conseguir alcançar esse nível de percepção, para ter uma vida mais simples, saindo da "corrida de ratos" em que a humanidade se encontra.
Agindo assim, o resultado natural esperado é menos estresse, mais saúde, mais contentamento, mais VIDA de verdade e não a mera existência no piloto automático com pensamentos ininterruptos que nos tiram a capacidade de apreciar o momento pelo que ele é: um momento inédito e que não voltará nunca mais.
Abraços!
André,
Esse poema é muito profundo. Simples, sublime e intenso ao mesmo tempo.
O presente é mesmo uma dádiva e merece ser tratado com mais cuidado e atenção em vez de ser sufocado com o passado, com o futuro, com preocupações, ansiedade, tristeza, etc.
Por enquanto parei com os testes dos templates, mas volto no próximo mês, pois estarei alguns dias de férias.
O seu layout ficou muito melhor dessa forma anterior. Ficou muito legal também a parte de comentários e o visual clean da página inicial – tem tudo a ver com o propósito do Viagem Lenta. Agradeço por ter add meu blog lá!
Abraços!
II,
Bom saber que gostou do poema.
Eu acho que desacelerar está se tornando cada vez mais importante na sociedade da pressa e da impaciência na qual vivemos (ou existimos?).
Ultimamente o "já" está tão presente no cotidiano… Parece até que passamos de forma inconsciente pelos minutos, horas, dias, meses, anos décadas.
Acredito que precisamos ter mais foco no momento presente, pois ele está passando. Mas será que estamos vivendo de verdade?
Abraços!
Anônimo,
Eu penso da mesma forma que você.
O excesso de informações e atividades acabam nos desconectando do momento presente – que é o único que temos de verdade.
Em relação as informações, eu não entendo por que as pessoas querem saber tantas coisas o tempo todo. Para que tanta informação assim? Isso tudo será realmente útil?
Eu prefiro a ignorância seletiva: se eu tiver mesmo que saber de algo, de alguma forma vou saber. Não preciso ver ou ler mil notícias para encontrar aquela única que pode fazer alguma diferença em minha vida.
Se quiser ler meu post sobre o assunto, veja aqui:
https://simplicidadeeharmonia.blogspot.com.br/2017/07/ignorancia-seletiva.html
A maioria de nós não vive, passa pela vida, pelos anos e décadas como você disse. E quando vemos, o tempo passou… E a maior parte dele não valeu a pena, muitas vezes não por problemas ou preocupações, mas por não estarmos presentes de verdade no agora.
Abraços!