Domingo, 15 de março de 2020.
Após pesquisar preços durante a semana, me dirigi até duas grandes lojas para comprar uma televisão nova.
Pensei que os preços estariam melhores no Dia do Consumidor. Porém, voltei para casa de mãos vazias.
O menor preço que encontrei era mais ou menos 25% mais caro!
Nos sites, os preços já eram maiores também. Mesmo com banners indicando promoções por ser o Dia do Consumidor.
Na semana seguinte continuei minha busca, porém com o avanço da pandemia, os preços do modelo que eu queria nunca mais voltaram aos R$834,00 anteriores.
Um ano depois
Minha TV está velha?
Sim.
Funciona?
Sim.
E continuou funcionando bem até agora – embora eu a utilize bem pouco (algo em torno de 3 a 5 horas por semana).
Será que eu precisava mesmo de uma televisão nova naquele momento?
Não. Simplesmente não.
Se a tivesse comprado, hoje eu já teria utilizado a nova televisão por quase um ano enquanto a outra ficaria ociosa – isso se eu já não a tivesse dado para alguém (o mais provável).
Faça as coisas gastarem
Essa frase sensacional está no post Não faça gastos com coisas: faça as coisas gastarem. do blog Valores Reais.
Você já se perguntou quais são os reais motivos que te levam a querer substituir um objeto que ainda atende bem as suas necessidades?
Será o design não tão atual?
A alta resolução da câmera que não passará no teste do custo x benefício, pois você já sabe que durante a maior parte do tempo usará a resolução média?
A cor do sapato ou da roupa que não estão mais na moda como no ano passado? Se forem cores mais chamativas, será que não daria para usar somente em casa?
Será que você quer comprar outro produto apenas pelo bem-estar ocasionado pela compra? Ou para ter algo novo em mãos?
Já pensou em quanta economia poderá fazer se utilizar o que já possui até que tais objetos realmente precisem ser substituídos por apresentarem falhas importantes?
Apenas 36 vezes de xxxxx
Em datas como Dia do Consumidor não faltam propagandas que induzem ao consumo. Porém a escolha entre comprar em suaves e longas parcelas o que não precisa ou resistir aos desejos consumistas é apenas sua.
Apesar das grandes e constantes influências, quem decide é você.
E mesmo se o desconto for bom, que sentido há em uma compra desnecessária?
Razão versus emoção
Resistir às ofertas de algum produto desejado não é fácil, porém é essencial para que o hábito de compra baseado na razão esteja presente na maior parte de tempo possível.
Quando você estiver em dúvida sobre uma compra, volte para casa e pergunte-se por alguns dias se precisa mesmo do produto.
Na maioria das vezes, você chegará à conclusão de que não precisa e ficará até um pouco satisfeito por não ter concretizado a compra.
Como eu disse várias vezes aqui no blog precisamos valorizar mais os momentos, as experiências e as pessoas.
E ao mesmo tempo, dar apenas o devido valor aos bens materiais. E nada além disso.
Ainda bem que a minha compra não deu certo
Eu não precisava de uma televisão nova, assim como você também não precisa de várias coisas que deseja.
A vida é muito mais do que ir às compras. Por isso, o autoconhecimento é tão importante: através dele, você consegue definir o que é realmente importante para você.
O consumo faz parte da vida, mas não é capaz de promover alegria e satisfação duradouras.
Portanto, procure dar mais atenção e valor aos seus valores, afinidades e virtudes, pois eles sim, são capazes de dar sentido, proporcionar realização e trazer alegria e satisfação duradouras à sua vida.
Crédito das imagens: Markéta Machová (Pixabay) e Stuart Miles (Free Digital Photos)
Eu não me deixo levar! Não sou consumista e pra me convencer, precisam de trabalho os vendedores. Só compro o que realmente precisamos. Sempre assim fui! Mas tem quem se deixe levar e acham, por isso, que todos os consumidores são fáceis de engambelar! beijso, lindo Março,fica bem,chica
chica,
E os vendedores geralmente sabem muito bem como convencer uma pessoa de que ela precisa de que algo que na realidade não precisa.
Por isso, antes de ir em qualquer lugar é bom sempre termos em mente exatamente o que queremos comprar, pois podemos acabar comprando coisas desnecessárias – principalmente aquelas com preços mais baixos.
Boa semana!
Excelente post, Rosana, e grato pela citação!
Você disse tudo: é preciso a razão se sobrepujar à emoção, e fazer uma pesquisa prévia de preços é super importante também.
Aliás, eu suponho que tenham criado essa data “festiva” por março geralmente não ter nenhum evento comemorativo, como Dia dos Pais, Dia das Mães, Páscoa etc.
Perfeito Rosana!
As pessoas reclamam tanto do capitalismo e de sua obsolescência programada, mas sempre trocam as coisas antes do necessário. Vamos fazer valer a obsolescência, né?
Abraço!
P.S.: Seus posts estão aparecendo agora no Inoreader, embora o tempo aqui ainda esteja curto rsrs
André,
Por isso, considero como a melhor decisão trocar apenas quando realmente necessário. Se ainda está funcionando de forma a atender as minhas necessidades, mesmo que seja algo obsoleto aos olhos dos outros, para que trocar?
E considerando que a obsolescência não é mais tão longa, penso que menos ainda valeria a pena trocar antes do tempo.
Bom saber que meus posts agora estão aparecendo no Inoreader! Acho que era algo em relação a atualização periódica, como acontece no Google.
Boa semana!
Confesso que ano passado eu gastei muuuuiiiiito. Preso dentro de casa acabei fazendo muitas compras. Mas neste ano de 2021 não quero comprar nada, fazer um detox de consumo, kkk
Abraço
Uó,
O mais legal é que você percebeu que comprou muito mais do que precisava ou gostaria, então é mais fácil a reorganização mental nesse sentido. Aconteceu algo parecido comigo, principalmente com livros.
O ano passado foi muito atípico, então, penso que poucos conseguiram manter os objetivos em relação as compras.
Gostei do termo “detox de consumo”.
Bom te ver por aqui. 🙂
Boa semana!
Também já vou resistindo, bem mais às tentações do marketing, do que antes… a maturidade traz-nos destas coisas… pensar duas vezes antes de repetir erros evitáveis…
E neste ano de pandemia, dado a incerteza de toda esta conjuntura, até confesso que me contive bem mais do que o habitual…
Belíssima publicação, como sempre! Beijinhos
Ana
Ana,
Com o tempo, a gente vai percebendo que muitas das coisas que queremos comprar são apenas ilusões, que não vão resolver nossos problemas ou nos tornar pessoas mais felizes.
Apesar das embalagens tão atraentes e dos incansáveis apelos do marketing, podemos evitar muitas compras desnecessárias, assim como você tem conseguido fazer.
Abraços,