Que diferença você quer fazer?

Cada vez mais percebemos o quanto o uso excessivo dos recursos naturais tem prejudicado a natureza de forma geral. Extrações ilegais de matéria-prima, construções ilegais em áreas de mananciais ou de proteção ambiental, excesso de impermeabilização do solo, excesso de poluição, cidades que parecem cicatrizes cinzas em meio ao exuberante verde ao redor.

Quanto desequilíbrio!

Quantos contrastes!

Por que a ânsia por dominar a natureza e não pela convivência harmônica com ela?


Em pleno século XXI, há excesso de coisas ruins e escassez de coisas boas na relação entre seres humanos e meio ambiente.


Até quando o planeta suportará tantos maus tratos provenientes daqueles que deveriam zelar e não destruir? 


Infelizmente o homo sapiens parece ter deixado de lado a sabedoria e a razão e transformado-se no homo degradandis, que está mais interessado:

– em seus próprios interesses pessoais e quase nada no coletivo;

– no aumento da produção e do consumo, sejam eles úteis e necessários ou não;

– em um sistema ecologicamente insustentável.

Por que consumimos tanto?

Muitas vezes o intenso apelo ao consumo induz a compras por impulso ou aquisições desnecessárias de produtos que estão “na moda”. Mas qual é o objetivo de comprar algo apenas por estar “na moda”? Status talvez? Ou o sentimento de estar integrado à sociedade? Qualquer que seja o motivo, a indústria agradece. Mas e o planeta?

Por que precisamos consumir tanto? Muitas vezes a resposta é: “eu preciso disso ou daquilo”.

Precisa mesmo?

Se pensarmos um pouco, sabemos que muitas coisas que temos são totalmente desnecessárias e descartáveis.

Precisamos aprender a comprar com consciência e a simplificar nossas vidas. E não a complicá-la ainda mais com excessos irrelevantes.

Passamos de 7 bilhões de pessoas e a exploração dos recursos naturais no patamar em que se encontra não deixa o tempo necessário para que a natureza consiga recuperar-se.


Dia 22/04 foi o Dia da Terra. Por isso, hoje resolvi falar sobre esse assunto, que é considerado chato por muitos. Infelizmente tornou-se um tema necessário devido ao homo degradandis no qual nos tornamos…


Não sei se você viu o vídeo abaixo. Estava na página inicial do Google no domingo.

É curto, não chega a 2 minutos. Vale a pena ver. E rever.

Gostaria de encerrar esse post com uma frase que retirei do vídeo. 

“Todos os indivíduos são importantes, cada um deles exerce algum impacto no planeta todos os dias e cabe a nós escolher que tipo de diferença queremos fazer.”
Jane Goodall, antropóloga

Voltando ao título do post: que diferença você quer fazer hoje?


Fonte consultada: http://www.anped.org.br/sites/default/files/trabalho-gt22-4187.pdf

13 thoughts on “Que diferença você quer fazer?”

  1. "Por que precisamos consumir tanto? Muitas vezes a resposta é: "eu preciso disso ou daquilo"."

    Precisam porque muitas vezes são dominados pela vergonha. A vergonha de não ter o que a propaganda diz que é um símbolo de sucesso. Por enxergar inferioridade por não ter o que o vizinho ostenta. Por sentir-se humilhado no seio da família porque o irmão ou o primo exibem mimos que ele não possui.

    E é nesse pensamento, de um querer ter mais do que o outro, que o processo acontece rsrs

    Abraços, Rosana!

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  2. André,

    "Eu preciso!" – infelizmente essa frase é cada vez mais comum até nas crianças, que obviamente não aprenderam sozinhas a agir dessa forma.

    Gostei do complemento do Anônimo, pois se conscientemente o não possuir algo remete à vergonha e a uma certa sensação de inferioridade, no fundo, como disse Salomão, tudo é vaidade.

    A grama do vizinho sempre será mais verde, mas através do autoconhecimento e de saber o que realmente é importante para nós, é que conseguiremos não ser tão afetados pelo excesso de consumo atual.

    Anônimo,

    Agradeço por seu comentário tão sábio. 🙂

    Abraços!

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  3. Muitas pessoas só pensam no pessoal, nada de coletividade. Neste post você deixa bem claro o quanto a coletividade é importante para nós podermos sobreviver em um ambiente comum. Vivemos todos no mesmo espaço, por isso a palavra que as vezes as pessoas não acharam ainda no dicionario é RESPEITO. Obrigado por compartilhar esse post com a comunidades.

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  4. Alan,

    Você disse tudo: respeito.
    Enquanto as pessoas não pensarem mais no coletivo e menos no individual, em cidadania, no cultivo de valores, acredito que a sociedade não avançará muito.
    Agradeço por sua visita no meu blog, espero que goste do conteúdo.

    Abraços,

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  5. Falta consciência, respeito…
    Cuidar e preservar o planeta que vivemos é uma das orientações para quem quer ter uma vida saudável,e consequentemente mais feliz. Ensino aos meus filhos essa atitude ecologicamente correta e noto a diferença na escola, nem todas as crianças se importam com o meio ambiente e com os animais…uma tristeza.
    No meu ver o consumismo é um vício, as pessoas compram em excesso e na maioria das vezes coisas totalmente desnecessárias. Mas essa atitude é alimentada diariamente pela mídia. Se não ficamos atentos somos levados pelo ritmo… Por isso a reflexão é tão importante.
    Belo texto!

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  6. Vivian,

    Gostei do seu comentário tão enriquecedor ao meu post.

    Infelizmente o descaso de muitos pais com a questão ambiental só prejudica a preparação dos filhos em relação ao tema. Por aí dá para se ter uma ideia de como será a colheita futura…

    Ainda bem que você tem essa consciência, então seus filhos já são educados desde cedo de outra forma, respeitando o meio ambiente, o que fará muita diferença não só na vida deles, mas na de todos os que com eles conviverem.

    "Se não ficamos atentos somos levados pelo ritmo…"
    Você disse tudo. Precisamos estar muito atentos, senão, a mídia nos seduz e nos domina com suas necessidades desnecessárias.

    Abraços!

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  7. Olá Rosana,

    Permita ser um contraponto nessa discussão. 🙂

    Apesar do discurso ambientalista parecer bonito, é preciso tomar cuidado com ele.

    Você estaria disposta a abrir mão de energia elétrica, máquina de lavar, água encanada, carro, avião, roupas, telefone, casa de alvenaria, etc?

    O mundo moderno, com o conforto que ele proporciona, requer o consumo de produtos naturais. Requer mineração, requer usina hidrelétrica, requer desmatamento, requer exploração de petróleo. A realidade é essa. Por trás da beleza de uma aliança existem mineiros que usando máquinas abriram buracos na rocha para extrair o ouro. Claro que é possível minimizar esses efeitos. A tecnologia está aí pra isso.

    No meu ponto de vista, a privatização do território seria a melhor maneira de preservar as áreas verdes. Tendo dono, com direito a uma exploração limitada naquela área, a situação seria mais controlada, já que teria alguém que teria a perder com o descontrole.

    Também não acho correto vilificar o consumo. Cada um consome aquilo que bem entender. É uma decisão individual. Não dá para determinar o que os outros podem ou não comprar. Se a pessoa quer ter 300 pares de sapatos, é problema dela. Se não estiver cometendo nenhum crime para isso, lógico! É preciso respeitar as individualidades.

    Abçs!

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  8. Investidor Internacional,

    Agradeço por seu comentário. 🙂
    É sempre bom ver opiniões diferentes, pois enriquecem o tema e ajudam a vermos o mundo de forma mais ampla.

    “Apesar do discurso ambientalista parecer bonito, é preciso tomar cuidado com ele.”
    Realmente esse é um assunto muito complexo e polêmico, pois de um lado vemos a exploração excessiva dos recursos naturais e do outro o consumo, sendo que ambos são incompatíveis. Além disso, há muitas informações que nos são omitidas – ou desconhecidas.

    Concordo que chegamos a um ponto de desenvolvimento em que é impossível vivermos sem os itens que citou, como saneamento básico, energia elétrica, casas de alvenaria, etc. A questão é que há muita exploração apenas para alimentar o status de muitos – por exemplo, a crueldade sanguinária dos casacos de pele. Ou o desinteresse no uso em larga escala de novas fonte de energia – ainda há necessidade do uso de combustíveis fósseis ou termelétricas?

    Em relação ao consumo, você disse:
    “Se a pessoa quer ter 300 pares de sapatos, é problema dela.”
    O que percebo é que o marketing cada vez mais cria necessidades desnecessárias e muito apelo, de forma que há muito consumo – se não a maior parte dele – que é feito sem reflexão, apenas para impressionar os outros ou para satisfações passageiras.
    Voltando ao seu exemplo: será que uma pessoa com um bom nível de autoconhecimento compraria tantos sapatos?

    “Também não acho correto vilificar o consumo. Cada um consome aquilo que bem entender. É uma decisão individual.”
    Muitas vezes a pessoa compra uma sensação e não um produto: propaganda de margarina tenta vender a imagem da família feliz de forma subjetiva, propaganda de automóvel pretende vender a liberdade, brinquedos infantis quer vender a diversão, etc.

    “É preciso respeitar as individualidades.”
    É exatamente isso o que penso. O problema é que a matrix sutilmente adentra em nossas mentes sempre com novos estímulos… “compre batom, compre batom…”

    “No meu ponto de vista, a privatização do território seria a melhor maneira de preservar as áreas verdes. Tendo dono, com direito a uma exploração limitada naquela área, a situação seria mais controlada, já que teria alguém que teria a perder com o descontrole.”
    É uma forma interessante, eu não havia pensado nisso. O mundo ideal do ponto de vista ecológico talvez pudesse ir por esse caminho. Só acho que o problema é conseguir extinguir a corrupção e a ganância da humanidade, para que as rodas dessa engrenagem funcionem de forma adequada.

    Abraços,

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  9. Muitas vezes os anseios e as correrias desta vida acabam nos “Robotizando” muitos são consumistas por vaidade e ganância, porém outros simplesmente se entregam ao “automático”, não param para refletir o impacto de seus atos em sua geração e na próxima.
    O ato de pensar está cada vez mais escasso, tudo é feito no piloto automático, por isso devemos começar a mudança de dentro para fora, pensar e refletir o impacto de nossos atos, não somente à nós mesmos, mas ao mundo e as próximas gerações!

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    • Erik,

      Gostei do que falou. Realmente vivemos em uma sociedade de muita informação, porém de pouca reflexão e raciocínio.

      Além do impacto para as próximas gerações através dos exemplos de todos nós, o que será que tudo isso está causando em nosso próprio cérebro? Assim como em tudo na vida, precisamos de mais equilíbrio, de mais busca pelo que realmente importa. Pois no final, é isso o que trará bons resultados físicos e mentais.

      Agradeço por sua visita. Espero que goste do conteúdo do meu blog. 🙂

      Boa semana!

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