Valorize o simples

Vivemos em uma época na qual o ter tem se tornado cada vez mais importante do que o ser. Por isso, precisamos aprender a valorizar as coisas simples da vida.

Obviamente precisamos de várias coisas para viver de forma integrada à sociedade, mas será que não rompemos a barreira do necessário e até do supérfluo chegando ao exagero?


Sociedade de consumo… o próprio nome já diz.

Mas será que é isso mesmo que almejamos para nossa vida?
Será que tanto consumo faz alguma diferença significativa e positiva para cada um de nós?

Você já reparou que cada conquista rapidamente perde o brilho?

Nosso interesse aos poucos se esvai, pois ávidos por novidades, já estamos “namorando” outras coisas para comprar, consumir e em breve abandonar, formando dessa forma um círculo vicioso de desejo, conquista, satisfação veloz, frustração e insatisfação, voltando a um novo desejo e seguindo o mesmo percurso de modo automático e perene.

Quase não temos mais tempo nem interesse em curtir, aproveitar e sentir satisfação real com o que já conquistamos (ou compramos). Muitas vezes isso ocorre por nossos próprios hábitos de consumo ou por infinitas atualizações de produtos, novidades e novas “necessidades” disponíveis a cada dia.


Será que isso nos torna mais felizes e satisfeitos com nossa vida interior e exterior?


Nessa época do ano na qual o apelo ao consumo aumenta intensamente, será que não é um bom momento para efetuarmos uma análise crítica da situação?

Será que não é um momento propício para valorizarmos o que já possuímos sem rendermo-nos aos apelos do consumo?

Eu acredito que essa é a época do ano mais apropriada para começarmos a valorizar mais o ser e menos o ter. Talvez essa ênfase invertida seja um dos motivos da degradação social, moral, política e ética que reinam no país.


Cada coisa tem seu valor, seu momento, seu objetivo. Precisamos de sabedoria para aprender a lidar com esses 3 fatores de forma satisfatória.



Valorize o simples

Valorize as pessoas pelo que elas são de fato e não pelo que possuem.

Valorize os momentos agradáveis.

Valorize as companhias agradáveis.

Valorize a natureza, que possui tanta beleza, simplicidade e complexidade ao mesmo tempo.

Valorize um abraço, um sorriso sincero.

Valorize cada gole de um copo de água em uma tarde quente de verão.

Valorize a organização e a disciplina.

Valorize o silêncio e a tranquilidade.

Valorize o sono reparador.

Valorize a saúde.

Valorize a paz.

Hoje, decida valorizar o simples.

Hoje, decida valorizar a vida.

valorize as coisas simples da vida pessoas admirando o por do sol na praia

 

Encerro esse post com uma frase da qual gosto muito:

“Aprecie as pequenas coisas, pois um dia você pode olhar para trás e perceber que elas eram grandes coisas.”
Robert Brault


Créditos da imagemIdea go  – Free Digital Photos

 

 

30 thoughts on “Valorize o simples”

  1. Essa questão de valorizar o ter e não o ser sempre existiu, não é um fenômeno moderno.

    Ouvimos falar muito que a preocupação em adquirir bens, o consumismo, gastos supérfluos etc são um dos grandes males da atualidade e que devemos preferencialmente evitar o consumismo e optar por uma vida mais simples. Ok.

    Mas vamos pensar de forma mais ampla: Que consumismo é esse? Há de fato muitos consumistas? A maioria das pessoas são consumistas?

    Penso que a maioria dos brasileiros não tem condições de serem consumistas de fato. A preocupação em ganhar dinheiro ou o foco em aumentar patrimônio da maioria dos brasileiros tem como objetivo viver uma vida básica ou mediana, nada além disso, mesmo porque a maioria não consegue avançar além disso.
    É difícil comprar um carro razoável, é difícil comprar um imóvel razoável, cadê o nosso consumismo?
    Só consideraremos a maioria das pessoas consumistas se levarmos em conta gastos com bens "pequenos", como mulheres que gostam de comprar roupas e sapatos, esse é um tipo de consumismo mais acessível.
    Muitos brasileiros vivem e sempre viveram a tal vida minimalista que tanto falam na internet, mas não por escolha ou porque sabiam desse conceito, mas sim porque era a forma possível de se viver, portanto acho que embora a maioria das pessoas goste de consumir, a sociedade brasileira não é tão consumista assim, porque sua renda não permite.

    E minimalismo nada mais é que um termo gourmetizado pra algo que sempre existiu.

    Pra finalizar a valorização do simples é algo que as pessoas vão aprendendo com a própria vida, caso não venham de uma criação com esse foco.
    E isso é fundamental para uma vida menos sujeita as frustrações.

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  2. Olá Rosana,

    Domingo em um encontro com minha família, em um momento refleti como precisamos de pouco mesmo. Até comentei isso no blog do alemãoliber. Estava ao lado de companhias agradáveis e com isso não vi ninguém notar que a tv não funcionava, a casa não tinha internet, ar condicionado? não também rs

    Mas nada importou…

    Abraços

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  3. O crédito existe pra movimentar o mercado. O brasileiro comum só pode consumir se for assim.
    Se fosse tudo à vista o Brasil já tinha quebrado a muito tempo.

    Não tenho dúvidas que o brasileiro gosta de consumir, citei isso no meu comentário.

    Mas acho que o que faz muita diferença aí é que o brasileiro é muito exibido, adora contar histórias, adora contar vantagens, demonstrar ter mais condições ou poder do que de fato tem.
    Claro que não são todos, mas quem não conhece o cara que chega na segunda feira contando vantagens sobre seu fim de semana por exemplo.
    – Cara, eu bebí uns 5 litros de cerveja sabadão, cheguei travado em casa, quase entrei na caso do vizinho pensando que era a minha…
    Até bebedeira é motivo pra contar vantagem.

    Essa é a raíz disso. A 80 anos atrás se o consumo fosse acessível haveriam mais pessoas consumistas naquela época. Assim como nos EUA já existia esse consumismo nos anos 50.
    Geralmente quem pode mais gasta mais mesmo.
    Se as pessoas não tem bom senso é outra coisa.

    É só parar de querer impressionar os outros que o endividamento cai, não tenho dúvidas disso.
    Embora no meu ponto de vista consumismo não combina muito com quem ganha 2, 2,5k/mês.
    Esses não tem gordura pra queimar e se enrolam por pouca coisa.

    No seu comentário abaixo você citou uma reunião em família que o fez pensar o quanto se precisa de pouco.
    Me desculpe, mas isso é óbvio.
    O ser humano precisa de paz e saúde, isso é que proporciona qualidade de vida em primeiro lugar.
    Dormir uma noite de sono em paz, sem preocupações é uma verdadeira riqueza, que não tem dinheiro que compre.
    Já sabe disso a séculos.
    Porém pra termos uma vida razoável materialmente falando é necessário certo foco e disciplina pois estamos em um país onde qualquer coisa que fuja um pouco do básico é cara.

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  4. Olá Rosana! Belo texto!

    Concordo que a ideia do rompimento da barreira do necessário e do supérfluo. Concordo também com o Anônimo que isso não é algo apenas moderno. Mas o ponto aqui é que, como as facilidades modernas, essas barreiras vem sendo ampliadas e rompidas em uma escala maior.

    Há 500 anos atrás, o consumismo seria, digamos, por terras e ouro. Agora, temos tantas opções que não podemos dizer que o ser humano é o mesmo. O tempo que nos sobra para cuidar das coisa importantes da vida, realmente diminuiu, não porque somos piores, mas porque a gama das coisas que nos são oferecidas em troca disso aumentou. A natureza humana pode ser explorada com muito mais intensidade.

    Sobre consumismo, ele não precisa ser apenas material. Acho que focamos muito nesse aspecto. Consumir programas de TV idiotas, vídeos de jovenzinhos sabichões, redes sociais etc também nos leva a perda do essencial.

    Abraços!

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  5. Anônimo,

    Gostei do seu comentário bem completo e pontuando um outro lado da questão.

    Não é mesmo um fenômeno moderno, pois cada época tem suas peculiaridades sobre a valorização do TER e não do SER.

    O que percebo é que as distrações e o apelo incessante da mídia levam as pessoas a consumirem talvez mais do que gostariam ou do que podem financeiramente falando. Aqui entra também a ostentação, algo bem comum na cultura brasileira.

    "Penso que a maioria dos brasileiros não tem condições de serem consumistas de fato."
    Concordo com você. A questão é que mesmo nessa situação, seus sonhos geralmente giram em torno do consumo. Por exemplo: automóveis. Primeiro objetivo: status. Depois é pensando nele como meio de transporte, se o veículo é seguro, etc.
    E enquanto a pessoa está sonhando com isso, está deixando de viver o que a vida oferece agora, os momentos agradáveis do presente, etc.
    Isso quando não recorre ao crédito, para itens de menor ou maior valor. Conheço um senhor de aproximadamente 55 anos que comprou um automóvel (Peugeot 208). Na época ficou todo empolgado, era o carro que ele queria, proporcionava um certo "status". Parcelou em 60 meses. Dois anos depois as parcelas pareciam não acabar nunca e o carro obviamente havia desvalorizado muito. Infelizmente isso não é exceção.
    Brasileiro gosta de cartão de crédito, mas não no sentido estratégico de receber algum rendimento de investimentos para depois efetuar o pagamento do que comprou, mas para comprar em 10x "sem juros". As absurdas anuidades pagas por uma grande parcela da população mostram que opções como cartões sem anuidade ou negociação dessa taxa não fazem parte dos hábitos por aqui.

    "É só parar de querer impressionar os outros que o endividamento cai, não tenho dúvidas disso."
    Mas quem está disposto?
    Sobre a reunião em família, isso é realmente óbvio. Mas o óbvio se perdeu em meio a tantos apelos consumistas por parte da mídia, do marketing e da própria sociedade.

    A sociedade brasileira não é mesmo tão consumista como gostaria por questões de renda, mas renda maior significaria mais consumo e não necessariamente mais qualidade de vida ou bem-estar consistentes.

    Muitas pessoas não aprendem a valorizar o simples quando seria mais adequado. Conseguem na velhice, mas nessa fase não é mais uma descoberta tão promissora como seria na juventude ou maturidade, o que proporcionaria a mudança do foco.

    Abraços,

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  6. Investidor Inglês,

    Com o passar do tempo, a gente vai aprendendo que são esses momentos que realmente valem a pena. Em relação ao consumo são poucos os momentos que ficam na memória como algo tão especial pelo objeto em si e não pelas pessoas que conosco estavam naquela época.

    Abraços,

    Reply
  7. André,

    Você citou algo importante: gastamos tanto tempo almejando coisas novas e organizando o que temos, que nos sobra pouco tempo para o que é realmente importante.
    Para que tudo isso?
    Será que fará sentido lá na frente, na terceira idade?
    O acúmulo de coisas e a ânsia por mais tem nos proporcionado mais vantagens ou desvantagens?

    Gostei do que falou sobre o consumo de itens não materiais. Talvez esses sejam os mais perigosos, no sentido de serem mais sutis.

    Abraços,

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  8. Edna,

    Foi muito legal saber que você se identificou com o meu texto. Eu também valorizo muito mais as coisas que você citou.
    Assim como você, também não vejo muito sentido em comprar por comprar – é sempre bom refletir e não comprar por impulso.

    Abraços,

    Reply
  9. Que texto legal … A gente se perde muito nessa corrida de ratos e para que … para perder totalmente o sentido da própria vida. Passei a valorizar mais isto depois que quase perdi o fígado … Mas isso é uma longa história …

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  10. Ephodion,

    Por querermos tanto, muitas vezes perdemos de vista o principal.
    Felizmente muitas pessoas estão começando a perceber que a corrida de ratos tão comum não é tão normal assim como pensavam.

    Ainda bem que você conseguiu perceber a tempo, legal isso!

    Abraços,

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  11. Viver simples faz sobrar mais espaço para ser feliz e aproveitar um presente que a vida nos dá todo dia: oportunidades. De amar, desenvolver-se, aprender, conhecer, compartilhar, buscar aquilo que vai te ensinar o sentido da palavra plenitude. Não sejamos rigorosos, toda a humanidade foi conduzida para o que está posto nesta matriz econômica, portanto cada um a sua maneira pode comemorar o seu avanço.

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  12. Ypsilon Yvone,

    Gostei do seu comentário, tem muito a ver com o que também acredito.
    Acho que são nas pequenas importantes coisas do dia a dia que podemos obter contentamento e com o passar do tempo, chegar a plenitude, no amplo sentido da palavra.

    Muito bom o seu blog, já o adicionei em meu blogroll.

    Abraços,

    Reply
  13. Olá Rosana! Cheguei aqui no seu post através da indicação da Bruna, do Vida Mais Simples. Essa reflexão sobre o consumismo desenfreado é algo que se aplica a qualquer época do ano, mas que realmente fica ainda mais evidente quando se aproxima o Natal, né? Concordo com você que devemos aproveitar a oportunidade para fazer uma análise crítica do nosso comportamento, pois talvez se agirmos no "automático" seguindo a manada, acabemos realmente valorizando mais o ter do que o ser…inclusive escrevi algo parecido no meu blog. Adorei os temas que você aborda, já salvei nos meus favoritos! Um beijo, Carol

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  14. Caroline,

    Infelizmente parece que nessa época do ano as pessoas tendem mais ao consumo sem reflexão do que em outras datas comemorativas anuais. A cultura do consumo chega a ser assustadora no sentido de que tais hábitos são passados de geração em geração, como se fossem a coisa mais normal e natural do mundo.

    É bom ver que cada vez mais pessoas estão mais atentas a essa questão, pois o "ter" parece não estar proporcionando tanta felicidade quanto era esperado.

    Gostei do seu blog, também já está nos meus Favoritos.
    Legal você também conhecer o blog Uma Vida Mais Simples. É muito bom, não é?

    Abraços,

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  15. brasileiro é consumista sim. e muito consumista. Só não consome mais por que não tem dinheiro. Alias muitas pessoas, mas muitas pessoas mesmo vivem endividadas por causa desse consumismos desequilibrado. Gastam mais do que podem.

    E quando um carro é lançado no brasil? lembro quando chegou o HRV, criaram até ágio, pois antes de lançar o carro já tinha lista de espera. Tamanha a demanda.

    Reply
  16. Anônimo,

    Infelizmente muitas vezes a ânsia por status e poder chega antes do que é realmente essencial… Carros são um dos exemplos clássicos nesse sentido, como você citou.

    "brasileiro é consumista sim. e muito consumista. Só não consome mais por que não tem dinheiro."
    Você disse tudo…

    Abraços,

    Reply
  17. Bom dia, o anon acima falou coisas legais, porém discordo da parte sobre o minimalismo.

    Pode até ser gourmetizado, em termos de decoração e arquitetura, pois hoje está na moda usar este termo.

    Mas o que minimalismo prega, é ter o essencial, nada além disso.

    O mais engraçado, é que as pessoas mais pobres que conheço, são as que tem mais quinquilharias em casa, decorações inúteis, "combinações" de tudo, são as que tem mais roupas, pessoas que vão na C&A e Renner e compram 10 itens iguais. Nada contra ok?
    Mas quantas pessoas investem? Quantas poupam? Então, o consumismo existe sim.

    O consumismo é comprar tudo aquilo que não terá utilidade.

    Então, como o anon falou, claro que se sabe que o ser humano precisa de paz e saúde, mas quantos se preocupam realmente com isso?

    Atenciosamente,

    Pretoriano

    Reply
  18. Anônimo 10:07

    Penso que quanto mais coisas materiais (seguindo seu exemplo do excesso de quinquilharias), mais vazio, frustrado ou insatisfeito consigo mesmo. Esse excesso de coisas desnecessárias seria talvez uma maneira de mascarar a realidade ou ao menos torná-la menos desconfortável.

    "Claro que se sabe que o ser humano precisa de paz e saúde, mas quantos se preocupam realmente com isso?"
    Se houvesse preocupação genuína, sobrariam vagas em hospitais e estariam em má situação financeira a indústria de junk food (me refiro a todas as "porcarias", desde balas até salames, enfim, tudo o que faz mal à saúde).

    "O consumismo é comprar tudo aquilo que não terá utilidade."
    Acho que essa tem se tornado a essência da indústria e do marketing: tirar o foco do essencial para o consumismo sem reflexão.

    Ainda bem que muitas pessoas estão começando a perceber que esse caminho não leva ao lugar esperado, de paz, saúde e felicidade. E que tudo isso não passa de uma grande ilusão.

    Agradeço por seu comentário. 🙂

    Um bom final de semana!

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  19. Adorei o seu blog e esse post em especial!

    Nessa mesma onda do ter ou ser, eu tenho priorizado meus gastos com experiências e não com coisas.
    Já fui muito condicionada a pensar que comprar uma roupa nova ia me fazer feliz, e era uma felicidade instantânea e passageira. Hoje sei que gastar com experiência, contato social e ter uma bagagem de memórias me fazem mais feliz, e me mantém mais realizada com a vida que levo.

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  20. Sempre sábado,

    Agradeço pela visita e pelo gentil comentário, bom saber que está gostando do conteúdo do meu blog.

    Na sociedade de consumo em que vivemos, acredito que em maior ou menor intensidade, todos nós já passamos pela situação de procurar a felicidade em bens materiais. Felizmente algumas pessoas descobrem logo que isso não funciona.

    Exceto em raras exceções, na maioria das vezes, o que importa são as experiências. Os bens materiais fazem parte, mas cada coisa tem seu espaço e com equilíbrio e sabedoria, acabamos aprendendo a dar mais valor ao que realmente importa.

    Boa semana!

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    • Aposente Cedo,

      Gostei do que falou: o complexo pode ser motivo de felicidade.

      Muitas vezes é bom e agradável comprar algo diferente, ir a um local que ainda não conhecemos.

      A questão é quando essas coisas se tornam os principais motivadores para que os momentos de alegria e bem estar sejam alcançados, pois muitas vezes, o simples é o bastante, é o que vai tornar o instante memorável e inesquecível.

      Bom saber que gostou do meu post!

      Abraços,

      Reply

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