É bem provável que na infância você tenha passado pela situação abaixo:
“- Mãe (pai), posso ir com meus amigos ao cinema?
– Não.
– Mas todo mundo vai! Deixa!
– Não. Você não é todo mundo.”
Raiva.
Tristeza.
Decepção.
Frustração.
Ao menos um desses sentimentos você vivenciou naquele momento.
Além disso, uma grande interrogação ficou em sua mente, mesmo que os argumentos de seus pais tenham sido válidos.
“Por que não?
Por que eu não posso ser como todo mundo?”
Os anos passam e na adolescência a vontade de ser como “todo mundo” torna-se mais intensa, pois a sensação de pertencer a algum grupo só se torna real se você se sentir igual a eles.
Não pertencer a nenhum grupo nessa fase da vida pode ser ruim, pois o isolamento será quase inevitável em uma época na qual as interações sociais são tão importantes.
Além disso, como a personalidade ainda está em desenvolvimento, os bons relacionamentos são importantes para que tudo ocorra da forma mais saudável e menos turbulenta possível.
Até aqui, você assimilou que “ser igual a todo mundo” é algo muito bom.
O tempo passa… E tudo muda…
Na fase adulta, todo se torna muito incoerente a princípio, pois sua cosmovisão ampliou-se, sua personalidade amadureceu e você descobriu que possui um conjunto interessante de virtudes e valores. E que tudo isso junto torna você um ser único – não no sentido de sentir-se superior, mas você começa a perceber algo novo.
Você não é e não quer mais ser igual a todo mundo
Essa é uma conclusão libertadora.
Aos poucos você tenta adequar-se à nova descoberta, porém percebe que serão necessários muito mais concessões do que você gostaria de fazer.
No início, você queria ser “igual a todo mundo”, mas seus pais não deixaram.
Na adolescência, do seu jeito, você conseguiu ser “igual a todo mundo”.
Na vida adulta, você descobriu que tem motivos de sobra para não querer ser “igual a todo mundo”.
E então você ouve com perplexidade a desconcertante frase:
“Mas todo mundo faz assim!”
Esse é o tipo de frase que dá um “bug” no cérebro.
O mais lógico e coerente não é que cada um seja um ser único, com um conjunto singular de ideias, ideais, qualidades, sonhos, criações e soluções?
Fazer o que “todo mundo faz” não seria abrir não da própria essência para seguir a “manada”, para continuar na “corrida de ratos”, sem muitos questionamentos ou previsão de saída?
Mais uma incoerência humana
Se na infância você foi criticado por querer ser “igual a todo mundo”, agora você é criticado exatamente por negar-se a seguir por esse caminho.
Ser igual a todo mundo significa comprar coisas que você nem quer tanto assim, mas como “todo mundo tem” e parece bem satisfeito e feliz, espera que a felicidade venha como uma espécie de bônus para você também.
Ser igual a todo mundo significa entreter-se com diversões que não são do seu agrado, como esportes radicais, filmes de terror ou violência, games, maratonas de seriados, etc. Porém, como “todo mundo está fazendo”, você não quer ficar de fora, pois nesses momentos, o senso de pertencimento fala mais alto.
Ser igual a todo mundo proporciona aceitação e admiração de outras pessoas, mas os aplausos externos em algum momento serão substituídos por frustração e tristeza, pois sufocar a própria essência tem suas consequências.
Seja você mesmo.
Viva de acordo com seus valores, ideais, virtudes e personalidade.
Viva de acordo com o que é coerente e que faz sentido para você.
Faça escolhas inteligentes, de acordo com seus gostos, afinidades e vontades.
Faça escolhas por você e para você. E não por que “todo mundo faz”.
Esse é o melhor caminho.
Créditos das imagens: Keith Johnston e bluebudgie – Pixabay
Perfeitas e tão verdadeiras colocações. Foi bem assim e na vida temos mesmo que ser NÒS e não depender de seguir outros. Adorei! E serve até na pandemia… Estamos fazendo o distanciamento certinho e tantos outros nada fazem… beijos, lindo dia,chica
Olá Rosana!
Talvez essa seja a grande libertação do indivíduo: sair do estigma de ser "como todo mundo". Pessoas que percebem isso, descobrem sua essência mais recôndita e permitem-se alcançar a plena felicidade.
Excelente post!
Abraço!
Olá Rosana
Excelente reflexão, cada pessoa é singular, tem uma maneira de ser. Bjs querida.
Olá Rosana, que texto perfeito!
Do pertencimento ao grupo ao pertencimento a si mesmo.
Da necessidade de amor alheio para a necessidade de amor próprio.
A melhor forma de você se estrepar na vida é tentar viver como todo mundo.
Um abraço.
Olá Rosana,
Be yourself é uma expressão tão forte e incompreendida. Quando se compreende o valor dessa expressão e a poe em prática, um novo mundo se abre a vocẽ.
Boa semana!
Sei que muitos pais criam os seus filhos para o mundo, saírem de casa. Mais temos que influenciar e não se mostrou influenciados. Sei que não podemos sempre transformar o mundo para o melhor. Mais não podemos deixar o pior do mundo influênciar a nossa vida.
Luiz,
"Mais não podemos deixar o pior do mundo influenciar a nossa vida."
Uma atitude sábia, coerente, inteligente e que trará resultados muito positivos durante a vida.
Um bom final de semana!
Investidor Inglês,
Sem dúvida é uma expressão muito incompreendida.
Uma pena, pois o quanto a humanidade não tem perdido ao longo do tempo por tentar se adequar a modelos que não funcionam mais ou que mostram sinais estruturais de problemas no futuro?
Um bom final de semana!
Ler e Poupar,
Por tudo o que disse, percebe-se a grande importância do autoconhecimento.
Um bom final de semana!
Lucinalva,
Repeitar a sua própria maneira de ser, seus valores e vontades é um grande passo de amor próprio.
Um bom final de semana!
André,
Penso que um dos graus mais elevados e sólidos de contentamento tem a ver exatamente com o que você disse: descobrir a própria essência, mesmo que isso só seja possível em meio ao grande ruído externo, como o das sociedades das últimas décadas.
Bom saber que gostou do meu post. 🙂
Um bom final de semana!
chica,
Sermos nós mesmos é a melhor escolha, pois seguir os outros pode não resultar em frustração agora, mas no futuro é muito provável que ela apareça, pois quanto tempo e recursos acabaram sendo desperdiçados para viver algo que não fazia realmente parte da essência pessoal?
Em relação ao distanciamento, infelizmente muitos parecem ainda não crer tanto assim na gravidade do problema.
Um bom final de semana!
Rosana, esse é um dos melhores e mais inspiradores textos que já li!!!
Você disse tudo: hoje em dia, devemos valorizar mais nossa essência, e não tentar agradar à sociedade, "ser igual a todo mundo", como você bem disse.
Tenha uma excelente semana!
Excelente post! Be yourself! Até hoje estou em busca disso
Bom saber que gostou do meu post, Escola para Investidores. 🙂
Boa semana,
Guilherme,
"esse é um dos melhores e mais inspiradores textos que já li!!!"
Saber disso é uma honra e também um grande incentivo para mim. 🙂
Boa semana!