Foi muito divulgada pela mídia a enorme cratera aberta em uma importante avenida situada na cidade de Fukuoka no dia 08/11/16.
Surpreendentemente, em menos de uma semana o problema havia sido sanado de forma eficaz, a avenida entregue como era antes. Inclusive as faixas de rolamento e calçadas refeitas.
Além disso, o prefeito da cidade pediu desculpas pelo atraso da obra em 1 dia. (No final do mesmo mês, houve movimentação do solo, o que causou um pequeno afudamento considerado normal, segundo os engenheiros da obra.)
Eficácia.
Qualidade.
Transparência.
Interesse em fazer o melhor.
Um excelente exemplo para o mundo todo, especialmente para nós brasileiros, que vivemos em um país no qual as obras que deveriam durar meses. muitas vezes demoram 2, 4, 5 anos, apresentam superfaturamento e materiais de baixa qualidade. Isso quando as obras são efetivamente encerradas e entregues à população, o que é o esperado, mas nem sempre cumprido.
Não dá para não correlacionar esse incidente no Japão com o acidente ocasionado também por uma cratera nas obras do metrô Pinheiros em São Paulo em 2007, no qual as obras de reparo demoraram anos, 7 pessoas morreram e não houve punição para ninguém. (Veja aqui: Justiça inocenta 14 réus por cratera que matou 7 no metrô de São Paulo).
Deixando um pouco de lado o âmbito de gestão governamental e pensando de forma pessoal, como podemos aplicar a lição do Japão em nossas vidas?
Fazemos as coisas de qualquer jeito, sem capricho, sem interesse, utilizamos o “jeitinho brasileiro” ou fazemos o nosso melhor?
Não me refiro ao melhor relacionado ao perfeccionismo excessivo, patológico, mas ao “melhor que podemos fazer hoje, nas condições que temos no momento, para quando tivermos melhores codições fazermos melhor ainda”, como diz Mário Sérgio Cortella.
O exemplo do Japão é muito bom para pensarmos em nossas vidas nesse sentido, pois os resultados de nossas ações e escolhas atuais invariavelmente chegarão para nós e também para os que conosco convivem.
Crédito da foto: Jiji Press/AFP
É verdade Rosana. Para quem morou e ficou fora do país um tempo, é gritante a diferença de mentalidade do mundo desenvolvido e a América Latina.
O triste de tudo isso é que, a recompensa em fazer e falar as coisas certas no Brasil muitas vezes é um simples deboche. Vivendo nesse "jeitinho", mesmo sendo um jeitinho imoral e ineficiente, as pessoas tendem a ver naqueles que desejam fazer as coisas certas apenas chatice. Ou prepotência.
É duro a vida de quem quer fazer as coisas corretas no país que vivemos rsrs
Abraço!
André,
Como você disse: mentalidade. Acho que esse é o problema.
Aqui, premia-se quem faz tudo errado e quem quer fazer as coisas da maneira correta é considerado chato, bobo.
Quando a internet começou a se tornar mais popular no país, pensei que as pessoas conseguiriam ter consciência do profundo abismo que separa o Brasil dos países desenvolvidos. Mas infelizmente isso não ocorreu, talvez devido a essa mentalidade retrógrada e perversa do "jeitinho brasileiro".
Por isso, continuo achando que o Brasil é o eterno país do futuro. De um futuro que nunca chegou. E que nunca vai chegar, se não houver uma mundança profunda e radical de mentalidade.
Abraços,