A tecnologia proporcionou muitas facilidades à vida, porém seu uso excessivo resultou em uma obesidade mental sem precedentes.
Para compreender melhor o problema, basta pensar que na atualidade o conhecimento é duplicado a cada 2 anos enquanto na década de 50 esse tempo era de 10 anos.
Em 1750, época da Primeira Revolução Industrial eram necessários 150 anos para que essa duplicação ocorresse.
Estamos prontos para tudo isso?
Eu acredito que não. Muitas vezes parece até que a tecnologia é o chefe e nós seus obedientes servos – a dependência do smartphone é um bom exemplo.
Há também a mídia e o noticiário. Como a Yuka disse em seu excelente post no blog Viver sem pressa, “assistimos também as tragédias do mundo inteiro, pois não basta mais mostrar apenas as tragédias de um único país.”
Além da qualidade duvidosa de muitas informações, a maior parte do que consumimos é irrelevante para nós mesmos, mas acreditamos que é preciso estarmos sempre informados. Ou melhor, nos sentimos na obrigação de estar.
Para quê?
Apenas para termos assunto com os colegas ou familiares?
Por que acreditamos que precisamos de tanta informação?
Notícias relevantes – boas ou ruins – sempre chegam à nós e alguma forma.
Pode ser na primeira página de um portal de notícias, em uma rede social, através de colegas e até na televisão. E mesmo sendo notícias relevantes em âmbito social, econômico, ambiental ou global, quais dessas notícias realmente têm algum impacto na vida pessoal de cada um de nós?
Consumo x importância
Repare por um dia ou por uma semana quantas notícias ou informações que obteve que são realmente úteis à você.
Acredito que se surpreenderá ao perceber que a quantidade é bem pequena – exceto quando você está bem focado em um determinado assunto e dessa forma um site pode acabar te levando a muitos outros sobre o mesmo tema, enriquecendo a sua pesquisa e conhecimento sobre o assunto.
Por isso é muito importante estarmos bem atentos, pois uma pequena distração pode nos ajudar a naufragar no mar de assuntos irrelevantes da internet em vez da continuidade da pesquisa inicial.
E as coisas boas que ainda não conhecemos?
Vivemos em uma época na qual as pessoas querem saber muito sobre muitos assuntos. Mas será que isso vale a pena? Não seria melhor nos aprofundarmos em alguns temas em vez de saber sobre vários de forma superficial?
É até bom sabermos sobre alguns assuntos úteis à nós de forma superficial, mas que isso não seja a regra.
Por exemplo: saber trocar um botão de roupa, costurar uma barra de calça, cozinhar ao menos o básico, trocar uma tomada, lâmpada, torneira ou chuveiro são atividades úteis e necessárias que algum dia vamos precisar fazer.
Ou delegar a tarefa a alguém que saiba. Não precisamos ser profissionais para executar tais tarefas tão úteis.
Ao mesmo tempo, há muitas coisas que sabemos e que nunca vamos usar. Não me refiro à instrução acadêmica, mas ao excesso de informações com as quais temos contato diariamente na internet e na mídia em geral.
Mas um dia eu posso precisar…
Assim como ocorre com os acumuladores, a maioria das informações que consumimos nunca serão utilizadas, exceto aquelas que tenham relação direta com nossos objetivos, valores e crenças.
Além disso, a maioria delas será esquecida, embora permaneça armazenada na mente – e talvez também em algum aquivo digital.
Diante dessa situação, não seria mais sábio que a procura seja somente no momento da necessidade, até porque as interpretações, soluções e produtos para muitos assuntos mudam continuamente?
Conclusão
A obesidade mental está presente na vida de quase todas as pessoas que tem acesso à mídia e internet.
Poucos conseguem dominar-se diante das prateleiras repletas de notícias, informações, curiosidades e soluções para tudo.
Muito do que é consumido é totalmente irrelevante de maneira pessoal, uma parte poderia ser até utilizada no futuro e uma parcela – talvez a menor – tem realmente alguma utilidade na vida particular de cada um de nós.
A grande questão é sabermos filtrar o que pode realmente fazer alguma diferença para nós, que nos auxilie em algo específico ou em nosso próprio desenvolvimento pessoal.
Dessa forma, alcançaremos a boa forma mental, deixando de lado a obesidade mental com a qual estamos tão acostumados.
Crédito das imagens: Karolina Grabowska e Pexels – Pixabay
Excelente texto!
bj
😉
Olhar D'Ouro – bLoG
Olhar D'Ouro – fAcEbOOk
Olhar D'Ouro – yOutUbE * Visitem & subcrevam
Excelente texto, Rosana! Tudo a ver com que postei no começo da semana.
Filtrar passou a ser uma tarefa ainda mais essencial nos dias de hoje, dada a avalanche de informação disponível.
Bom saber que gostou, Rui. 🙂
Uma avalanche cada vez mais intensa devido a facilidade de conexão. Por isso os hábitos de desacelerar e desconectar-se tornaram-se tão essenciais também.
Bom saber que gostou do meu post. 🙂
Boa semana!
Bom post Rosana.
Já pensei muito nisso.
É preciso fazer a dieta da informação.
Eu não assisto mais jornal na Tv e nem leio jornal escrito.
Um abraço!
Frugal,
"Dieta da informação" – realmente precisamos muito dessa dieta nos dias atuais.
Boa escolha em relação aos jornais. Parecem cada vez mais desnecessários, já que podemos obter as informações que queremos e precisamos na internet.
Bom ver você por aqui! 🙂
Um texto que nos remete à uma reflexão.
Excelente!
Beijinhos
🙂
Excelente texto. Eu tô nesse turbilhão tentando me adaptar, espero conseguir.
🙂
Bom saber que meu post foi útil à você, Piedade Araújo Sol. 🙂
Um bom final de semana!
Bom saber que gostou do meu post, cafédas5. 🙂
Precisamos fazer a "dieta da informação", como o Frugal disse acima, para não sermos consumidos por tanta informação desnecessária à nós.
Um bom final de semana!
Olá Rosana,
mais um texto enriquecedor!
Te confesso, que sou seletiva. Não fico lendo tudo que aparece.
Assisto coisas que eu decido, não porque está passando ou todo mundo está vendo.
Leio o que me faz bem e o que for necessário.
Abraços.
Edna,
Bons hábitos os que você costuma praticar. 🙂
Precisamos ser muito seletivos em um mundo que tenta nos distrair e nos iludir de todas as maneiras possíveis.
Boa semana,
Esta era de informação… é também a era da falta de profundidade sobre qualquer assunto… pela falta de tempo… e porque não aprofundamos… não pensamos… acumulamos dados, sem muitas vezes se reflectir sobre eles…
Todas as organizações humanas, no limite, sempre tendem para o caos… e a organização da informação, não será diferente… a quantidade de informação, passa por uma inapropriada ou por uma inabilidade de selecção da mesma… e facilmente, nos coloca da rota… da desinformação… As fake news… já o fazem lindamente… o futuro… será um mero aprimoramento de tal… desinformação, e apropriação indevida de dados, falta de privacidade… enfim… caminhamos para um prometedor futuro… onde a palavra felicidade… não me parece que se possa contextualizar… até porque já se prevê, que no futuro, o crescente progresso tecnológico, leve a uma redução de postos de trabalho na ordem dos 40%… carros a andar sozinhos (motorista em breve será uma profissão do passado), linhas de montagem mais automatizadas… profissões que deixam de fazer sentido… pois tudo fica à distância de uma tecla… serviços bancários, administrativos… quem precisará de professores, se bases de dados, é o que não faltará, no futuro…
E o futuro… é já amanhã… tal realidade, daqui a dez quinze anos no máximo… é já uma certeza!…
A tecnologia… foi pensada para nosso bem… mas infelizmente… como tudo o que tem o dedo do Homem… estará na raiz também, de muito mal… não tenho a menor dúvida, de que para mudança tão radical… não estaremos mesmo preparados! Pois tudo se processará a uma velocidade cada vez maior… como Einstein previu… a tecnologia já ultrapassou a nossa humanidade… e a nossa Humanidade, acrescento eu…
Beijinhos!
Ana
Ana,
Muita informação resultou em uma imensa superficialidade de conhecimento. Uma pena, pois seria bem melhor se cada um se aprofundasse mais em poucos assuntos, mas de forma relevante.
"Todas as organizações humanas, no limite, sempre tendem para o caos".
E será que não estamos chegando nesse limite?
A tecnologia foi pensada para o nosso bem, porém o problema somos nós, que estamos atrás das máquinas, que tentamos encontrar nelas o que jamais será possível, como uma vida significativa e feliz.
Precisamos ser servidos pela tecnologia e não nos tornarmos escravos dela.
Gostei do seu comentário tão completo e tão abrangente.
Boa semana!