O ano era 2001.
Um colega do meu irmão havia comprado um Playstation 2 há menos de 1 ano, porém queria vendê-lo para comprar uma moto.
Me interessei na hora e poucos dias depois lá estávamos nós na casa do rapaz.
O console estava perfeito, na caixa! E havia alguns jogos também.
O preço era alto – algo em torno de 1.000 a 1.200 reais. Tirei minhas economias da poupança e com a ajuda da minha mãe, comprei o console.
Um novo mundo a ser explorado!
Os jogos de Playstation 2, além de maiores do que os de PSOne, tinham gráficos muito melhores.
Se você jogou Resident Evil (PSOne) e Veronika Code (PS2), sabe bem do que estou falando.
Inovaram ainda mais ao criar a série Guitar Hero, que proporcionou horas e horas de diversão para milhares de pessoas ao redor do planeta.
Além disso, o console ainda tinha algumas características bem interessantes para a época: possibilidade de instalação de um hd, entrada USB e de rede.
Não é à toa que o PS2 foi o videogame mais vendido até hoje.
Por volta de 2015, tentei vendê-lo. Ainda bem que não consegui, pois teria me arrependido muito.
Como eu disse no post anterior, em pleno ano 2021 aqui estou eu jogando Tony Hawk 3.
Se não me engano, comprei esse jogo em 2003. E por mais incrível que pareça, 18 anos depois ainda continuo o mesmo jogo que comecei naquela época, pois nunca terminei todas as fases de nenhum personagem.
O tempo passou…
Pensando na idade do console, comecei a pensar na minha própria idade, na idade dos meus familiares e também na idade de outros objetos que tenho.
E não são poucos os objetos que tem mais de 10 anos.
Talvez os mais velhos sejam uma Bíblia, alguns livros e cadernos. Algumas peças de roupas também.
E uma impressora matricial que minha mãe ganhou usada, porém com defeito. Sei quanto tempo está comigo pela etiqueta da assistência técnica: 1994. E por mais absurdo ou inusitado que possa parecer para muitos, ela funciona perfeitamente até hoje.
É estranho ver que há tanto tempo que esses objetos fazem parte da minha vida.
Como o tempo passou rápido!
Não parece que faz tanto tempo assim que eu passava horas jogando Tony Hawk, Guitar Hero ou tentando alinhar o papel na impressora para que saísse tudo bem retinho. E como eu me frustrava quando não saía como planejado!
Hoje nem ligo, pois assim como naquela época, são apenas alguns textos para ler, acordes musicais, receitas, ou seja, coisas que não necessitam de perfeição na posição da folha de papel.
A agenda telefônica
Um dia desses, ao arrumar algumas gavetas onde trabalho, me deparei com uma velha agenda telefônica que tem mais de 12 anos.
Folheei letra por letra.
Vi nomes de pessoas que nunca conheci. Porém, a maioria fez parte da minha vida em algum momento. E alguns ainda fazem.
Relembrei alguns nomes com carinho.
Outros, com admiração.
Alguns, que eram mais “problemáticos”, com certo alívio por não trabalharem mais comigo.
Muitos deles, apenas li seus nomes, mas com um sentimento neutro, pois não convivi diretamente com essas pessoas.
E fiquei pensando em alguns. Como e onde será que estão?
Será que estão bem?
Será que suas vidas se tornaram o que esperavam?
A vida passa…
Querendo ou não, de forma consciente ou não, os segundos passam. E uma grande quantidade deles somados se transformam em meses. E depois, em anos.
Muitas vezes é estranho olhar para trás e ver que o primário foi concluído há tanto tempo. Que os pais já estão na categoria de idosos, muito idosos ou quase chegando lá.
É estranho ver que o quadril (mais para mulheres) e a barriga (para ambos os sexos) são regiões do corpo que teimam em acumular gorduras indesejadas. E que a pele já não é mais tão lisa e firme como há 20 anos.
É estranho ver que as dores e as doenças do estilo de vida nem tão saudável de outrora (e atual também) começam a aparecer.
Que muitas vezes o simples ato de espreguiçar-se traz consigo uma verdadeira sinfonia desconexa de estalos em algumas articulações.
É estranho ver que os olhos já não tem o foco e a clareza tão precisos de 20 anos atrás, que a visão para perto vai ficando cada vez mais embaçada e que a temida presbiopia (vista cansada) começa a fazer parte da vida como uma visita indesejada e desagradável. Mas para onde correr, se letras muito pequenas tornam-se difíceis de serem lidas sem óculos, sendo que esse aparato causa dependência ao deixar os músculos dos olhos tão preguiçosos relaxados e tranquilos a ponto de já não conseguirem ter uma boa visão sem eles?
É estranho ver que o ânimo já não é mais o mesmo e que de forma imperceptível, porém constante e crescente, as coisas vão sendo pensadas e feitas cada vez de forma mais lenta.
E um dia, aquele jovem que se irritou com um motorista idoso e lento à sua frente, tornou-se assim também. Ou está à caminho de tornar-se.
No fundo, talvez a maioria de nós pense algo mais ou menos assim: ”Comigo vai ser diferente!”
Porém, com o passar do tempo, percebemos com uma sublime resignação, que as coisas não funcionam dessa maneira. Mas talvez a gente precise desse tipo de ilusão mental para não desanimar logo no início da jornada da vida. Que aliás, pode ser muito bela, dependendo das escolhas que fizermos.
Tempo é vida
Independentemente do que você fez até agora, de quanto tempo gastou ou perdeu com coisas que não valem a pena, pense no que pretende fazer com seu tempo daqui para frente.
Pense em quais sonhos e objetivos são seus de verdade e não meros desejos fabricados pela sociedade e pela mídia.
Pense em todas as coisas que são realmente importantes para você e busque maneiras de torná-las mais presentes em sua vida.
Pense em tudo o que você quer evitar e tome a decisão de passar o mais longe possível que conseguir de todas essas coisas, sejam vícios, alimentos muito prejudiciais, diversões estressantes, sensibilidade emocional excessiva, relacionamentos disfuncionais, hábitos inadequados para a manutenção da saúde, etc.
Tenha menos objetos, deixe suas prateleiras e seus armários mais vazios, pois o tempo gasto para limpar e organizar tantas coisas pode ser utilizado com atividades de autoconhecimento e com experiências mais importantes e marcantes.
Delegue o que por possível, pois você não vai dar conta se quiser fazer tudo. Além disso, irá se frustrar devido às altas – e até irreais – expectativas de que consegue fazer tudo sozinho.
Para finalizar, faça o seu melhor. Sempre.
Mas primeiro, priorize o que é melhor para você. E nisso, coloque o seu foco e os seus maiores esforços.
A primeira vista você pode entender essa forma de agir como egoísta, mas com o tempo você compreenderá que isso se chama amor-próprio.
Os últimos 20 anos passaram tão rápido! E é bem provável que os próximos 20 tenham o mesmo ritmo.
Porém, com a consciência e com a experiência atuais, que cada um de nós seja capaz de plantar boas sementes, tomar boas decisões e fazer o que é correto. Para que ao olhar para trás, sejamos capazes de dizer: “Os últimos 20 anos passaram rápido. Mas valeram a pena”.
Créditos das imagens: WikimediaImages e Here and now, unfortunately, ends my journey – Pixabay
O tempo está passando parece cada vez mais rápido e quando lembramos de 50, 40, 30, 20 anos atrás, nos surpreendemos. Interessanteé pensar que o que hoje os jovens têm, daqui a pouco, em bem menos tempo ficará obsoleto… Lindo teu post,adorei ler! beijos, tudo de bom,chica
chica,
E como nos surpreendemos!
Bom saber que gostou do meu post. 🙂
Abraços,
Oi! 🙂 Quando eu ouço “10 anos atrás”, meu primeiro pensamento é “estão falando dos anos 90”, hahaha. O tempo passa rápido demais e os dias parecem longos ultimamente; estranho né? Pode ser esse período de pandemia também.
Bom texto para reflexões, obrigada.
Andrea,
Passou rápido demais, não é?
A nossa mente não entende muito bem que 10 anos atrás significa 2011. Nem parece que faz tanto tempo assim que esse ano acabou.
E pensar que de 1995 até agora já se passaram 26 anos!
Então a gente percebe que também nos encontramos falando como nossos pais: “Faz 30 anos que eu fiz isso ou comprei aquilo”.
Agradeço por sua visita e comentário. Espero que goste do conteúdo do meu blog. 🙂
Abraços,
Olá Rosana
Linda postagem, como é gratificante aproveitar o tempo de qualidade, priorizando o melhor para nossas vidas, bjs querida.
Lucinalva,
Você disse tudo.
Agindo assim, ao olhar para trás perceberemos mais pontos positivos do que negativos.
Abraços,
Querida Rosana,
O tempo é senhor e
sua publicação é uma
maravilhosa viagem
tempo a adentro.
Adorei.
Vou gostar se visitar
o Espelhando.
Bjins de fim de tarde de domingo
CatiahoAlc.
Catiaho,
“sua publicação é uma maravilhosa viagem tempo a adentro”
Lindas palavras! Bom saber que gostou do meu post. 🙂
Boa semana!